Hoje é o Dia Nacional do Escritor.
Um dia consagrado àquele que faz da escrita a sua forma de fazer arte e, por consequência, um dia consagrado às Palavras (que constituem a matéria-prima do escritor) e ao Leitor (aquele que desfruta a arte produzida pelo escritor, dando-lhe sentido).
Com efeito, o escritor faz da Palavra a sua forma de expressão e o faz livremente para descrever os seus sentimentos e [descrever] o mundo segundo o compreende e deseja.
Assim, a forma como os escritores usam as palavras é diferente do modo como fazem os jornalistas (que, por questões ligadas à ética, não podem recorrer a escrita criativa, sob pena de produzirem fakenews), os publicitários (que estão presos aos limites da ‘verdade’, sob pena de produzirem ‘propaganda enganosa’), os historiadores (que precisam se ater aos fatos históricos) e tantos outros, cujo uso da palavra é vedado para a descrição de coisas diferentes da forma como elas de fato são.
Como, no entanto, no campo da arte, tudo é possível, os escritores usam a palavra conforme manda a sua imaginação e, no mais legítimo exercício da liberdade criativa, produzem a para-realidade que tanto encanta os apreciadores da arte e [tanto] assusta aqueles temem os sonhos.
Naturalmente, um escritor só pode ser considerado um artista em sua plenitude se for correspondido pela atenção de um leitor.
Aliás, se não for alvo de leitura, um livro não poderá ser considerado um objeto de arte literária – pode, até, ser bonito, charmoso e vistoso, mas não será um veículo da arte literária.
Nesta perspectiva, a combinação leitor-escritor forma uma articulação essencial à arte literária, pois um sem o outro forma um conjunto incompleto e sem sentido.
Aliás, quanto maior for o número de admiradores da obra de um escritor, maior será a sua influência na formação da opinião pública e, portanto, [maior será] o respeito por ele inspirado no mundo da arte e [maior será] o medo por ele despertado naqueles que temem o sentimento crítico.
Nada mais perigoso para o status quo do que um escritor lido, compreendido e interpretado.
Por serem, tal como os outros artistas, essenciais ao desenvolvimento social, os escritores figuram permanentemente na alça de mira dos conservadores e reacionários.
Nesta perspectiva, o risco e o perigo integram o dia-dia dos artistas e, de alguma forma, compõem o panorama que lhes anima e inspira.
Viva o escritor!
Que todos leiam e leiam muito.
Que todos se armem contra o atraso e contra o obscurantismo, banindo a barbárie que ameaça o futuro da Humanidade.
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