Há muito, a canarinha deixou de ser o escrete do Brasil e passou a ser a seleção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – uma organização privada guiada apenas por interesses comerciais.
Não vivemos mais o tempo do ‘amor à camisa’.
Agora é o tempo dos milhões e bilhões: a indicação dos jogadores e da esquipe técnica obedece a critérios que passam distante das paixões dos brasileiros.
Não é sem razão que a maioria dos atletas convocados para a seleção joga em times do exterior e até mesmo o técnico (provavelmente) será um estrangeiro.
Em termos esportivos, vive-se tempos comandados abertamente pelos patrocinadores e (por baixo dos panos) [tempos comandados] pelas bets.
Assim, quem manda no uniforme da seleção são as mesmas forças que mandam nela própria [na seleção].
Aliás, vale lembrar, num processo que alcançou todos os símbolos nacionais, desde os preparativos do golpe de 2016, a banda Direita do espectro político do País se apropriou do verde-amarelo, fazendo da camisa da seleção brasileira ‘oficial’ uma espécie de farda do fascismo nacional.
Agora, no entanto, seguindo ventos exclusivamente comerciais, segundo anunciou o site especializado em vazamento de coleções esportivas Footy Headlines, a empresa Nike – a gigante que controla a produção do fardamento de várias seleções, incluindo a Canarinha – teria decidido substituir a cor azul do segundo uniforme do Brasil pelo vermelho – uma medida que, conforme pensam os especialistas no assunto, implicaria na venda de milhões de novas camisas por todo o Planeta, em negócios de bilhões de reais.
Aliás, em pelo menos duas oportunidades no antigo Campeonato Sul-Americano de Futebol (atual Copa América), time brasileiro já vestiu camisas vermelhas,
A perspectiva de ver a seleção brasileira vestida de vermelho despertou comichões e tiques nervosos no gado, que, imediatamente começou a mugir protestos por todos os cantos, forçando a CBF a se manifestar e esclarecer que, além de uma cláusula estatutária da organização impor as cores da bandeira brasileira ao uniforme, ‘nada está decidido’.
As entrelinhas dizem tudo, sendo recomendável que a gadaiada se prepare, pois, quem vai decidir sobre este assento sequer mora no Brasil.
De fato, no momento que julgar conveniente, a Nike vai dizer a cor do padrão da seleção e, se for o caso, sem protestar, a direção da CBF vai mudar o Estatuto da entidade para acolher a cor que for determinada.
Na realidade, olhando esta questão direitinho, o gado não teria porque estranhar a mudança do Estatuto da CBF para legalizar a camisa vermelha.
Afinal de contas, há pouco mais de dois anos quiseram mudar o resultado da eleição para forçar a permanência de um quadrúpede na presidência da república.
Pessoalmente, gostaria de ver a seleção usando a camisa vermelha, pois a extrema-direita contaminou o verde-amarelo de tal forma que muita gente deixou de torcer pela Canarinha.
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