Contrastando com o jeito-ogro-de-ser do antecessor Jair Bolsonaro, o presidente Lula cultiva uma relação civilizada com todos os setores da sociedade brasileira, mantendo o costume de conceder entrevistas regulares à imprensa, em momentos aproveitados para o anúncio de projetos ou para ‘mandar recados’.
Ontem foi a vez de Lula falar ao Jornal da CBN, prestigioso veículo radiofônico conduzido pelos jornalistas Cássia Godoy e Mílton Jung.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o Lula de sempre, produzindo pérola inesquecíveis e escapando das perguntas-armadilha especialmente através de informações desconhecidas ou pouco compreendidas pelo público.
Foi o caso, por exemplo, da resposta ao questionamento sobre a necessidade de cortes nas despesas do governo, quando, depois de explicar a diferença entre ‘gastos’ e ‘investimentos’, Lula informou que não pretende reduzir os ‘investimentos’ na saúde e na educação ou penalizar as camadas mais pobres da população e, [ao questionamento] sobre os gastos, quando [Lula] informou que os subsídios a setores econômicos já consolidados estão na sua mira.
Entre os muitos pontos altos da entrevista, destacou-se a crítica aberta feita por Lula ao monetarista conservador Roberto Campos Neto, colocado por Jair Bolsonaro na presidência do Banco Central ‘independente’, cuja política de juros alto, além de desnecessária ao combate da inflação (que está controlada), prejudica deliberadamente o esforço com vistas ao crescimento econômico.
Ao longo da entrevista, Lula falou muita coisa – inclusive que, ao término do seu mandato, ‘o Brasil vai estar muito bem’.
Mas, de tudo o quê Lula disse, aquilo que mais vai dar urticária nos bolsonaristas foi a promessa de que, se for necessário para barrar o fascismo, voltará a ser candidato em 2026.
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br