O crime e a impunidade se projetam em diversas ambiências.
Alguns criminosos parecem desenvolver um tipo de capacidade que os mimetizam e, como se revestidos de teflon, os impermeabilizam contra justas e merecidas acusações.
É o caso, por exemplo, do ex-ministro da Economia Paulo Guedes – o qual, a despeito de ter comandado o mais depravado e imoral programa de entrega do patrimônio público nacional e de ser o responsável direto pela contaminação mortal pela Covid 19 de milhares de brasileiros forçados a permanecer nas ruas e enfrentar o vírus por lhes ter sido negada a renda assistencial – e do atual presidente do Banco Central Roberto Campos Neto – o qual (tal como Paulo Guedes) mantém ilegalmente empresas em paraísos fiscais, usando-as para sonegar e desviar recursos.
Encarregado de manter a política econômica liberal à frente do Banco Central, onde permanecerá até o final do ano, Roberto Campos Neto vem cuidando dos interesses dos banqueiros (e de si próprio), em comportamento que, na contra-mão da necessidade de estímulo ao crescimento econômico, pensa contribuir para alimentar o seu teflon protetor.
Não é outra a razão de a taxa Selic estar mantida em 10,50% e o Brasil apresentar a segunda maior taxa de juros do Planeta e o terceiro maior spread, explicando o incremento de 12,9% no lucro líquido dos bancos nos últimos seis meses, tendo atingido R$ 47,8 bilhões. Mas, a mamata dos ‘imunes’ parece estar chegando ao fim.
Em recente decisão, acatando pedido da Advocacia Geral da União (AGU), o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) derrubou a liminar que blindava Roberto Campos Neto e autorizou a continuidade do processo na Comissão de Ética Pública da Presidência da República em função das suas tramoias nos paraísos fiscais.
Isto é muito pouco, mas a conclusão do inquérito pode levar Roberto Campos Neto às barras dos tribunais. Se Deus quiser, o próximo será Paulo Guedes, cujos pecados merecem alguns anos no xilindró.
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