Entre 27 de abril e 26 de outubro de 2021, quando aprovou seu relatório final, uma comissão parlamentar de inquérito funcionou no Senado Federal para investigar as irregularidades do governo de Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19.
Como indiciava autoridades, ainda em outubro de 2021, o relatório final da CPI da Covid- um calhamaço com mais de 1.000 páginas, que, além de apontar crimes, especialmente falcatruas e omissão na aquisição de vacinas, negacionismo científico e experimentos com cobaias humanas, indiciou 65 pessoas e 2 empresas, incluindo Jair, Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, os general Braga Netto e Eduardo Pazuello e mais um montão de sanguessugas e disseminadores do mal no Brasil – [o relatório final] foi encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR).
E aconteceu aquilo que todos sabem.
Ao invés de cumprir sua obrigação, em típico caso de Prevaricação, o então PGR Augusto Aras fingiu não ver aquilo que todos viam e, em julho de 2022, mandou arquivar cinco meses de trabalho árduo da comissão parlamentar de inquérito.
Agora, passado tempo suficiente para a sociedade pensante dizer o que pensa, é chegada a hora do novo procurador geral da República agir, não só desengavetando o relatório da CPI da Covid e dar consequência às suas conclusões e recomendações, mas, também, abrir investigação para apurar a conduta de Augusto Aras e, se for o caso, processá-lo por crime de prevaricação.
O flagelo trazido pela pandemia ao Brasil criou a oportunidade para a atuação (e para a inércia) de muitos criminosos – não só aqueles fisgados pela CPI, mas muitos outros, como Paulo Guedes e Adolfo Sachsida – que, até por uma questão de respeito às 700 mil vítimas da Covid, não podem ficar impunes, devendo responder por seus pecados.
Os crimes cometidos durante a pandemia não podem ficar sem castigo.
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