Como bem alertou Martin Niemöller no poema ‘E não sobrou ninguém’, a hora é de união.
De fato, um soslaio pela história recentíssima mostra o perigoso avanço da extrema-direita sobre órgãos de representação coletiva da sociedade civil.
Primeiro, investiram sobre os conselhos tutelares, depois sobre as instâncias federal e regional dos conselhos de engenharia e agronomia, depois sobre os conselhos de medicina.
Nenhum espaço de representação coletiva perece escapar da ambição da extrema-direita, que vem articulando, organizando e financiando a ação do seu pessoal para conquistar posições de importância estratégica na sociedade civil.
Agora, a bola-da-vez parece ser o Clube de Engenharia – a entidade representativa dos engenheiros mais antiga do Pais, criada em 1870 por decreto imperial por D. Pedro II e tradicionalmente alinhada às causas democráticas, progressistas e desenvolvimentistas -, que vai realizar eleições no próximo dia 29 de agosto.
De fato, já tendo assumido o comando do Conselho Federal (Confea) e da maioria dos Conselhos Regionais importantes (SP, PR, BA, RJ, MG, RS), a extrema-direita se movimenta para tentar assumir a liderança do Clube de Engenharia.
Nesta perspectiva, a eleição do engenheiro Francis Bogossian para a presidência do Clube de Engenharia ganha uma importância estratégica para os seguimentos desenvolvimentistas, nacionalistas, progressistas e preocupados em preserva-lo fora da esfera de influência da extrema-direita.
O momento é tão grave que não admite indiferença e apatia.
Para quem não lembra, o poema de Martin Niemöller diz assim:
‘Primeiro levaram os comunistas, mas não me importei com isso, eu não era comunista;
em seguida levaram os sociais-democratas, mas não me importei com isso, eu também não era social-democrata;
depois levaram os judeus, mas como eu não era judeu, não me importei com isso;
depois levaram os sindicalistas, mas não me importei com isso, porque eu não era sindicalista;
depois levaram os católicos, mas como não era católico, também não me importei;
agora estão me levando, mas já é tarde, não há ninguém para se importar com isso’.
É preciso dizer mais alguma coisa?
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