Ninguém discute o caráter imperialista da diplomacia dos Estados Unidos.
Com efeito, por pensamentos, palavras e atitudes e, claro, com a cumplicidade de colaboracionistas e entreguistas de todas as nacionalidades, o governo de Washington tenta interferir da condução dos negócios internos de todos os países, em processo mais intenso e mais perceptível quando ocorre naqueles [países] com os quais guardam menos recato.
Não foi sem razão que a articulação do sangue derramado na Baia dos Porcos ocorreu em Miami, onde a comunidade herdeira de Fulgêncio Batista conta com o acolhimento e proteção do Tio Sam e, ainda, com a orientação da CIA.
Assim está sendo, por exemplo, a relação dos Estados Unidos com a Venezuela – além das agressões midiáticas ao governo nacional (Hugo Chavez – Nicolas Maduro) e das ameaças implícitas nos exercícios militares nas redondezas, a Casa Branca chegou ao ridículo de reconhecer o ‘governo no exílio’ do (vejam que coisa folclórica) ‘presidente auto-proclamado’ Juan Guiadó.
Nesta perspectiva, longe de qualquer teoria da conspiração, pode-se dizer que há o dedo longo do Tio Sam em toda coisa estranha sobre a face da Terra – desde a destruição da Ucrânia até os massacres perpetrados pelas Forças de Defesa de Israel, passando pelas provocações de Taiwan à China e crescimento da extrema-direita por toda a parte.
Será que algum brasileiro medianamente bem informado duvida da presença do dedo do Tio Sam na derrubada dos governos de João Goulart (1964) e Dilma Rousseff (2016)? No Lawfare que impediu a candidatura de Lula em 2018? Na explosão no Centro de Lançamento de Alcântara, que matou 21 cientistas aeroespaciais brasileiros em 2023? Não há qualquer dúvida sobre coisas como estas.
Nos dias correntes, com o beneplácito do governo norte-americano, a fina-flor do terceiro escalão da extrema-direita brasileira brasileira se transferiu para os Estados Unidos, de onde (tal como fez Juan Guaidó) desfere grande campanha midiática contra o governo Lula, já tendo, inclusive, montado um canal de televisão.
A ação golpista destes ‘quinta-colunas’ já se fez presente, inclusive, no Capitólio, onde, até serem desmascarados por deputados sérios, deitaram mentiras cabeludas contra o Brasil, dizendo-o submetido ao autoritarismo, [dizendo-o] um lugar sem liberdade de expressão, [dizendo-o] ser o reino da corrupção, [dizendo-o] um país onde as minorias e a oposição são esmagadas, [dizendo-o] alinhado às piores e mais sanguinárias ditaduras do Planeta.
Com faz um jogo que interessa a Casa Branca, a ação dos quinta-colunas é tolerada e até incentivada pelo departamento de Estado dos Estados Unidos (não ocorre sem razão a recusa de os EUA aceitarem o pedido encaminhado pelo Itamaraty de extradição do condenado Allan do Santos).
Por tudo que demonstra, não se pode contar com os Estados Unidos para defender a democracia no estrangeiro, até porque a Terra do Tio Sam parece ser o paraíso dos golpistas anti-democráticos.
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