Num dia como este, há 236 anos, a princesa Izabel assinou a chamada Lei Áurea, que declarou extinta a escravidão no Brasil.
Com apenas dois artigos – o primeiro extinguia a escravidão e o segundo revogava as disposições em contrário – pretendia colocar um ponto final no mais cruel dos regimes econômicos.
Conforme queriam os abolicionistas, a lei 3.353 deu a liberdade formal aos escravos.
Pronto! Pronto? Pronto nada.
A reação dos escravocratas foi imediata e, já no ano seguinte, como mera vingança, derrubou o Império, banindo o Imperador D.Pedro II das terras brasileiras.
Na realidade, a reação à Lei Áurea é contínua e se manifesta permanentemente.
Naturalmente, nem sempre, os episódios protagonizados pelos escravocratas são públicos e notórios, como aquele pilhado nas vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi.
Na maior parte dos casos, a ação dos escravocratas é subreptícia e, quase sempre, se manifesta na resistência às leis que garantem direitos trabalhistas.
Foi o que aconteceu, por exemplo, no governo do usurpador Michel Temer, quando, sem qualquer discussão mais profunda, foi aprovada uma deforma trabalhista, cujo objetivo era anular conquistas acumuladas desde a Abolição.
Não ocorre sem razão o discurso comum a todos os políticos liberais reclamando por mais ‘reformas’ – um chavão que deve colocar medo em todos humanistas, pois, conforme sabem todos aqueles que compreendem o jargão liberal, na prática, as tais ‘reformas’ significam retrocessos.
Naquilo que diz respeito a questão trabalhista, a reforma sonhada pelos liberais é a pura e simples revogação da Lei Áurea.
Simples assim.
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