Ao contrário daquilo pensado pela maioria, em muitos aspectos, o avanço da extrema-direita trás muitos ensinamentos (também identificados como ‘contra-ensinamentos’).
Ensina, por exemplo, como, mesmo tendo nascido em lares estruturados e cursado boas escolas, as pessoas podem desenvolver costumes de civilidade rasteira, [podem] se comportar como trogloditas, [podem] agir em desconformidade com todas as lições de boas-maneiras, [podem] cultivar gosto pela mentira, pela grosseria e, ainda, ter apreço por idiotas, imbecis e rastejantes seres do mal.
No rol dos contra-ensinamentos advindos da extrema-direita estão novas (e exdrúxulas) noções de cidadania e de patriotismo. Imagine que, pela concepção levantada pelo pessoal da extrema-direita, o exercício da cidadania dispensa o respeito às leis e, ao invés de amor à Pátria, o patriotismo se resume a vestir cores verde-amarela e tremular a bandeira apontada pelo chefe (pode até ser de outros países, como Estados Unidos e Israel.
Dando o mau-exemplo, ao tempo que desrespeitam as leis brasileiras, os ‘cidadãos patriotas’ orientados pela extrema-direita endeusam estrangeiros como Donald Trump e Elon Musk, vibram quando seus ídolos anunciam o descumprimento das leis nacionais, chegando a torcer pela condenação de autoridades brasileiras por tribunais alienígenas.
Pode parecer piada, mas, nos últimos dias, em clara demonstração do tipo de (anti)patriotismo que os líderes da extrema-direita praticam, em sua terceira viagem aos Estados Unidos desde 20 de janeiro (quando Donald Trump tomou posse), o deputado Eduardo Bolsonaro se dedicou a convencer deputados norte-americanos a apresentar um projeto-de-Lei com objetivo de proibir o ministro Alexandre de Moraes de entrar naquele país e, de sua parte, o senador bolsonarista Marcos do Val divulgou um vídeo no qual pede “pelo amor de Deus que os Estados Unidos invadam o Brasil para recuperar a nossa democracia”.
O pior é que, contaminada pela ignorância e pela brutalidade intelectual, sem conseguir compreender a realidade, a militância da extrema-direita exulta e, dando sucessivos tiros-no-pés, torce pela vitória dos anti-heróis.
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