Por que, pouco importando a emoção impregnada nos discursos de encaminhamento, a sociedade não consegue acreditar na seriedade da maioria das propostas apresentadas pelas bancadas Belzebu, da bala e do boi?
De fato, por todas as razões do mundo, é muito difícil uma pessoa medianamente bem informada acreditar que, por trás e nas linhas e entrelinhas dos projetos-de-lei encaminhados por aquela turma, não exista uma armadilha ou um trambique.
As pessoas podem até não saber qual a esperteza, mas têm a certeza de que, dificilmente, os seus PLs se referem a coisas de interesse da sociedade.
Agora, por exemplo, com o beneplácito de Jair Bolsonaro e de Arthur Lira, a Câmara dos Deputados aprovou a tramitação em ritmo urgente do Projeto-de-Lei que limita o instituto da ‘delação premiada’, dispensando-o [dispensando o PL] das demoradas análises pelas comissões e encaminhando-o diretamente ao plenário da Casa.
Qual o interesse dos deputados (especialmente os bolsonaristas, que demonstraram especial interesse no caso) em alterar a lei de delação premiada para proibir que pessoas já presas possam firmar acordos de colaboração?
Está na cara que os parlamentares estão tentando legislar em causa própria e, também, livrar cupinchas, cúmplices e parceiros de dissabores.
Não se sabe até onde vai este PL, mas, se for convertido em lei, algum parlamentar mais descarado vai propor a sua retroatividade para anular a condenação de grandes bandidos, milicianos e mafiosos.
Todo cuidado com aquela turma é pouco.
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