Em 26 de outubro de 2021, ao retornar de uma viagem oficial à Arábia Saudita, a bagagem da comitiva do então almirante-ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque foi inspecionada como estabelece a Lei, pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, trazendo à tona o rumoroso caso de contrabando das chamadas ‘Jóias Sauditas’ – como passou a ser referido o conjunto com colar, anel, relógio e brincos de diamante usado pela fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, para subornar Jair Bolsonaro na privatização da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia (cuja investigação ainda está em andamento).
Na ocasião, de nada adiantaram as carteiradas tentadas inicialmente pelo almirante Bento Albuquerque e depois pelo próprio Jair Bolsonaro. A lei foi cumprida.
Sabem por que?
Porque à frente das operações aduaneiras do Aeroporto Internacional de Guarulhos estava o auditor da Receita Federal Mário de Marco Rodrigues de Souza, um funcionário público concursado e, portanto, protegido por certas imunidades, incluindo a estabilidade no emprego.
Isto não ocorreria no curso do Estado proposto pelos liberais – pois, neste caso, o medo de perder o emprego talvez fosse suficiente para o funcionário da alfândega liberar as joias contrabandeadas por Jair Bolsonaro.
Este caso serve para contextualizar e facilitar a compreensão do alcance pretendido pelo governo de Donald Trump com o desmantelo da máquina burocrática que serve ao Estado norte-americano. Por estes dias, alegando a necessidade de cortar despesas, a Casa Branca demitiu 6 mil funcionários da receita federal norte-americana – número que representa aproximadamente 6% da força de trabalho do órgão – dando largo passo no processo de enxugamento do funcionalismo conforme manda o receituário Liberal com vistas ao Estado Mínimo.
Coincidência ou não, quem está a frente do programa de sucateamento da administração pública federal norte-americana é o oligarca Elon Musk, que, segundo a imprensa acreditada na Casa Branca, está de olho em áreas como reguladores bancários, serviços florestais e programas de pesquisa científica.
Sintomaticamente, durante a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Maryland, a guisa de presente inspirador, Javier Milei deu uma motosserra (símbolo por ele usado para simbolizar o corte de gastos públicos na Argentina) a Elon Musk.
Se não for contida a tempo, a dupla Milei-Musk vai serrar alguns dos caminhos capazes de conduzir ao bem-estar social e levar muita gente a miséria e ao suicídio.
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