Ontem perdi uma companhia que, desde 23 de janeiro de 2018, esteve comigo 24 horas por dia. Com efeito, por ocasião de jantar, mirei o pulso esquerdo e dei por falta da fitinha de Nosso Senhor do Bonfim que, 2.045 dias antes, tinha sido atada por um casal (provavelmente baiano) durante a passeata que percorreu o centro de Porto Alegre na véspera do julgamento do recurso interposto por Lula junto ao TRF-4.
Na ocasião, tomado pela euforia insuflada pelo discurso de Lula, não resisti à proposta: “Você promete usar a fita até que nossos desejos se realizem?”.
E, desde então, passei a usar a fita.
Ontem, no entanto, indicando que ‘nossos desejos se realizaram’, a fita caiu.
Confesso que, como não sou de acreditar (nem de desacreditar) nessas coisas, não fiz qualquer pedido e, só usei a fita durante estes últimos cinco anos e meio por conta da palavra dada àquele casal e, como valorizo muito as minhas promessas, não iria ‘quebrar a corrente’.
Agora, estou diante de uma espécie de quebra-cabeças e, à luz dos últimos acontecimentos, vou recorrer a um exercício de raciocínio reverso para tentar descobrir qual o sonho daquele casal e só ontem realizado.
Neste longo período, Lula foi condenado, encarcerado, inocentado e, vencendo todos os obstáculos, retornou ao Palácio do Planaltos para nossa alegria.
O sonho só agora realizado não deve ter sido, portanto, com relação a Lula e ao retorno da esperança ao Povo brasileiro.
Terá sido a retomada do crescimento? A redução do desemprego? A superação da fome? Sinceramente, eu não sei.
Sei apenas que fiz a minha parte e desejo toda a felicidade àqueles que acreditam na possibilidade de vitória do bem sobre o mal e na realização da felicidade para os todos.
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