Nos dias correntes, o Brasil é palco de dois movimentos golpistas.
Um deles, já conhecido por todos, é liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, que, humilhado por Lula em todas as pesquisas de intenção de voto, sabe que o golpe representa sua única possibilidade de permanecer no Palácio do Planalto. O outro movimento [golpista], urdido em alguns dos escritórios mais charmosos do País e impulsionado por alguns dos mais experimentados golpistas da história recentíssima do País, visa impedir Bolsonaro de disputar as próximas eleições presidenciais, substituindo-o por alguém civilizado e capaz de responder positivamente às manipulações eleitorais usuais.
Apostando no caos que lhe permita propor o adiamento ou, mesmo, o cancelamento das eleições, Bolsonaro continua fazendo das dele, provocando a tudo e a todos. De sua parte, para contrabalançar o apoio militar de Bolsonaro, o ‘outro movimento’ busca apoio nos meios políticos, empresariais e mesmo militares e, enquanto isso, aponta crimes capazes de justificar um processo de Impeachment contra o presidente, já tendo listado: desvio de função na graça concedida a Daniel Silveira; encontro com o foragido Allan dos Santos por ocasião de motociata realizada em Orlando; pedido de apoio dos EUA contra a candidatura de Lula feito ao presidente Joe Biden; e muitos outros de crimes de responsabilidade.
Embora em francos processos de organização, ambos movimentos golpistas têm longos caminhos pela frente, pois nenhum deles conseguiu o apoio necessário para sua aplicação bem sucedida.
Enquanto isso – sabendo que não basta vencer a eleição, pois tem muito trabalho pela frente -, as esquerdas torcem pela normalidade democrática e que as eleições transcorram sem qualquer perturbação capaz de impedir a retomada do crescimento econômico e desenvolvimento social.