Um grande número de pessoas diz que Jair Bolsonaro pratica uma espécie de necrogoverno, estimulando a morte desnecessária e, em alguns casos, estimulando-a.
Entre os exemplos desta condição, as pessoas, que já destacavam o comportamento por ele apresentado durante a pandemia que ainda assola o País, apontam a motociata realizada pelo presidente Jair Bolsonaro no sábado passado em Manaus (logo em Manaus, capital do estado do Amazonas, que permanece em choque pelo brutal assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips).
Para quem não lembra, enquanto o mundo clamava providências para a localização de Bruno e Dom (até o primeiro-ministro britânico Boris Johnson cobrou medidas), que tinham desaparecido no dia 05/06 no percurso entre a comunidade São Rafael e o município de Atalaia do Norte, o governo brasileiro manteve longo período de inércia, agindo tardia e timidamente (na ocasião, bem ao seu estilo, Bolsonaro minimizou o desaparecimento, chegando a culpar as vítimas, dizendo-as ‘imprudentes’).
Agravando a situação, quando as mortes foram confirmadas, o governo Bolsonaro articulou uma cortina de fumaça para desviar a atenção das verdadeiras causas e culpados, apresentando ‘autores confessos’ do assassinato e, mesmo, mandando investigar as responsabilidades de Bruno e Dom nas próprias mortes.
Pois bem. No sábado passado, o presidente Jair Bolsonaro foi a Manaus e, sem uma única palavra sobre o assassinato, depois falar sobre temas irrelevantes ou eivados de hipocrisia, com um amplo esgar aberto à guisa de sorriso, liderou uma motociata eleitoral (e, portanto, ilegal).
Fazia tempo que não se via uma autoridade pública tão insensível. A cada dia que passa, Bolsonaro se supera. Ainda bem que este governo está no fim.