Tio Sam é um danado. Quer mandar em tudo e em todos. Na Venezuela, não reconheceu a vitória de Nicolas Maduro e declarou o perdedor Edmundo Gonzalez o novo presidente do país. Na Ucrânia, descontente com o nível de subserviência do subserviente presidente Volodymyr Zelensky, cogita em substituí-lo pelo ex-ministro do Interior Arsen Avakov. Em Israel, mandou Benjamin Netanyahu dizer que admite um cessar-fogo em Gaza.
Tio Sam manda em tudo.
É assim com os países na órbita dos Estados Unidos. É assim com órgãos internacionais dele dependentes.
É assim com a Agência Internacional de Energia Nuclear, com o Tribunal Penal Internacional, com a Organização dos Estados Americanos, com todas elas e não seria diferente com a Organização Internacional de Polícia Criminal, também conhecida como Interpol e que, a exemplo da maioria das agências internacionais, só funciona para os assuntos de interesse dos Estados Unidos ou que, pelo menos, não atrapalhe os assuntos da sua conveniência. Aliás, já há algum tempo o Brasil vem recorrendo sem sucesso à Interpol para fazer valer decisões do Supremo Tribunal Federal. Não ocorre sem razão, por exemplo, a liberdade ainda gozada pelo meliante golpista Allan dos Santos, atualmente refugiado nos Estados Unidos, que, apesar dos dois decretos de prisão exarados pelo STF e dos correspondentes pedidos de extradição e de solicitações de cooperação da Interpol, permanece lépido e solto naquele país. É evidente que, enquanto não houver a decisão do Tio Sam, os pedidos do governo brasileiro não vão funcionar. Na realidade, a prática vem demonstrando que a Interpol só atua em casos nos qual haja interesse comum com o FBI. Talvez seja o caso de os BRICS começarem a criar seus próprios organismos internacionais, inclusive uma ‘Interpol’.
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