Nesta 5ª feira, 04 de julho de 2024, acolhendo um justo reclamo da história do Brasil, o presidente Lula recriou a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos – um órgão de Estado indispensável para a realização da justiça de transição no Brasil – que, por razões óbvias, fora extinta pelo proclamo admirador da tortura Jair Messias Bolsonaro.
Aliás, nem Bolsonaro nem qualquer um da sua gangue conseguiria conviver com uma Comissão cuja a finalidade é proceder o reconhecimento de pessoas mortas ou desaparecidas em função da resistência ao golpe; localizar os corpos dos desaparecidos e opinar sobre eventuais indenizações às vítimas da repressão.
Pressionado pelos setores conservadores e reacionários, especialmente por aqueles encastelados nas Forças Armadas, por mais de um ano, o presidente Lula relutou em recriar a Comissão, até que, nestes últimos meses, [ele] se curvou a argumentação dos seguimentos progressistas preocupados com os direitos humanos e com a história do país e, finalmente, a recriou.
Na realidade, além do objetivos explícitos, a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos cumpre uma missão subjacente, pois – como, de uma forma ou de outra, quebra o manto de impunidade que protege os golpistas de ontem, assustando e desestimulando os golpistas de hoje – [a reinstalação da Comissão] contribui para a segurança nacional.
Aliás, a recriação em si implica num confronto direto dos democratas com forças golpistas, pois exigiu a competa anulação do decreto usado por Jair Bolsonaro para extinguir a Comissão ora recriada.
De qualquer forma, a decisão de Lula aplaca o desconforto vivido por aqueles que se engajaram na resistência democrática contra o golpe militar. Este sentimento ficou claro, por exemplo, nas entrevistas concedidas pelos guerreiros da democracia – Amaury Monteiro Jr, Antonio Luiz Carneiro Rocha (Tião da ALN), Cajá, Hildegard Angel, Ivanisa Teitelroit Martins, Jean Marc von der Weid, Marília Guimarães, Mariluce Moura, Carlos Tibúrcio, Marcelo Mário Melo, Anacleto Julião, Aluízio Palmar, Roberto Arrais, Jovenildo Pinheiro, Amelinha Teles, Eliete Ferrer, Crimeia de Almeida, Francisco Celso Calmon, Luciano Siqueira e Antônio Funari entre outros – ouvidos pelas séries 64+60 levadas adiante pelo Canal Arte Agora e pelo Movimento Geração 68 Sempre na Luta.
O Brasil espera que a reinstalação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos contribua, não só para a pavimentação de uma Justiça de Transição, para a reparação de injustiças e para o a clareamento da verdade histórica, mas, também, para sepultar arroubos golpistas e fortalecer a Democracia.
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