Hamilton Mourão é um velho golpista. De pouca cultura, jamais conseguiu ler qualquer livro fora do escopo militar.
Aliás, sem nada saber sobre comunismo (e, também, sobre qualquer outra forma de Humanismo), mas portando um medo arrepiante das ideias de Karl Max (conforme inculcado em todos os militares, o conservador e reacionário Hamilton Mourão desenvolveu ódio mortal de todos os humanistas e progressistas, a quem se refere indistintamente como ‘comunistas’.
Suas fragilidades intelectuais, no entanto, não impediram que, impulsionado pelo pistolão trazido do berço (era filho do general Antônio Mourão), Hamilton Mourão chegasse ao posto máximo da carreira militar.
Assim, em 2014, no início das articulações que levariam ao golpe de 2016, já na condição de general-de-exército, [Mourão] assumiu o estratégico posto de líder máximo do Comando Militar do Sul, do qual foi destituído em decorrência dos discursos insultuosos que proferia contra a presidente Dilma Rousseff, comandante-em-chefe das Forças Armadas (a quem dizia ser ‘comunista’).
Transferido para a reserva, Mourão se sentiu mais à vontade para destilar seu ódio contra os ‘comunistas’ (na sua cabeça mal preparada intelectual e politicamente, basta não ser liberal para ser ‘comunista’) numa jornada que o levou à condição de vice-presidente na chapa do ultradireitista Jair Bolsonaro.
Apesar de nunca ter sido prestigiado por Bolsonaro (que o via como uma espécie de concorrente), Mourão se manteve firme na trincheira ‘anti comunista’ e, no embalo do discurso conservador e reacionário que agrada a tradicional família gaúcha, preterido por Bolsonaro na chapa que tentou a reeleição, [Mourão] foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul.
Este é o homem sobre o qual falamos.
Pois bem.
Ontem, ao tempo que, ainda estarrecido, o Brasil se recobrava do impacto causado pela revelação da tramoia golpista desnudada pela Polícia Federal na operação Tempus Veritatis, o germe golpista sempre latente nas veias de Hamilton Mourão o fez subir à tribuna do Senado Federal, de onde, após bradar um impensável “Estamos caminhando para a implantação de um regime autoritário”, instou militares a reagir àquilo que chamou de ‘medidas persecutórias do Supremo Tribunal Federal’ contra oficiais generais e, usando um antigo chavão golpista, conclamou ‘sua tropa’ a mobilizar a sociedade na ‘defesa da democracia’ contra aqueles cujo objetivo é ‘suprimir a oposição política no país’.
A senha gritada por Hamilton Mourão foi, prontamente, ouvida por golpistas espalhados por todo País, chegando a provocar algumas reações – o coronel Homero, que exerceu a presidência do ICMBio no Governo Bolsonaro, por exemplo, falsificou e deu início a larga distribuição de uma hipotética nota do Clube Militar do Brasil que convocava os bolsonaristas a se alistarem para um contra-golpe militar.
O comportamento de Hamilton Mourão é inadmissível e precisa ser contido imediatamente.
Não basta cassar-lhe o mandato.
Ele precisa ser preso como os outros.
Lugar de golpista é no xilindró.
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