No finalzinho de novembro deste 2023, integralmente recuperado da cirurgia nos quadris, o presidente Lula deu início a sua 16ª viagem internacional neste mandato.
Desta vez, além da Alemanha, a agenda do presidente focalizou o mundo árabe – Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes – uma região ainda pouco prestigiada no comércio internacional do Brasil.
Ágil como sempre, Lula foi direto aos negócios e, em menos de 24 horas em Riade, além de convidar empresários sauditas para participar do Novo PAC, [Lula] firmou acordos com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman para investimentos da Arábia Saudita no Brasil da ordem de R$ 50 bilhões.
Apesar das dificuldades com a União Europeia (que insiste na manutenção de imposições que inviabilizam o acordo de livre comércio com o Mercosul), tendo em vista o volume dos acordos firmados com os árabes e o respeito por ele inspirado na Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (a chamada COP 28) ocorrida em Dubai, esta nova viagem de Lula também está sendo considerada um grande sucesso pela diplomacia.
Naturalmente, como o critério de sucesso varia em função dos objetivos pretendidos e a comitiva de Lula não recebeu propinas valiosas, do ponto de vista dos bolsonaristas, a viagem foi um fracasso.
Aliás, ao contrário de Jair Bolsonaro (que está a ser obrigado pelo TCU a devolver todos os presentes encaçapados), [Lula] mandou incorporar todos os presentes eventualmente recebidos ao acervo público da presidência.
Os bolsonaristas podem discordar do jeito de governar, mas o acerto da atual política externa do Itamaraty – quando retornar ao Brasil, em 05 de dezembro, Lula terá passado mais de 60 dias fora do país, terá visitado 25 países – é voz corrente no circuito diplomático mundial.