Em atividade hipocrita contraditória com a austeridade exigida àqueles que obedecem suas regras, os Estados Unidos são o ‘Reino do Desequilíbrio’ – eles compram mais do que aquilo que vendem; [eles] gastam mais do que arrecadam, enfim, [eles] fazem tudo aquilo que ‘proíbem’ aos seus.
Alguém pode perguntar: se é assim, como os Estados Unidos têm tantos recursos para agir como agem? Como explicar a fartura como vivem? ‘Ora, meu caro Watson (responderia Sherlock Holmes), emitindo dólares. Basicamente isso’. E viria a segunda pergunta: Quer dizer que o dólar é uma moeda sem lastro? ‘Ora, meu caro Watson (responderia Sherlock Holmes), sim. Basicamente isso’.
Na realidade, quem dá ‘lastro’ às moedas emitidas pelo Fort Knox são os títulos da dívida do tesouro, os quais, por sua vez, são emitidos, não com base em critérios econômicos (afinal de contas, os Estados Unidos vivem em permanentes deficts fiscal, comercial e orçamentário), mas, sim, pela vontade politica do Capitólio.
Assim, toda vez que começa a faltar dinheiro, ao invés de conter a gastança, a Casa Branca pede autorização para emitir mais dólares e a festa continua.
Acontece que, como todos sabem, paciência tem limite e, ao que parece, os congressistas norte-americanos estão começando a ficar fartos com a irresponsabilidade fiscal de Joe Biden, cuja vontade de financiar guerras não tem limite.
Com efeito, depois de torrar bilhões e bilhões de dólares para sustentar a aventura de Volodimir Zelenski, no Leste Europeu, Joe Biden começou a fazer coisa semelhante com o governo de Benjamin Netanyahu, no genocídio da Faixa de Gaza.
Ontem, ao tempo do anúncio de manutenção do apoio aos aliados de Israel e da Ucrânia, como se falasse a coisa mais banal do mundo, a Casa Branca divulgou a necessidade de nova emissão de dinheiro para bancar a indústria da morte.
Gente que entende o modo de pensar do Capitólio afirma ter chegado a hora de Joe Biden escolher a guerra que quer levar adiante, pois ‘não há como sustentar as duas [guerras] ao mesmo tempo’.
Se, de fato, isto acontecer e Joe Biden for levado a decidir por uma das suas guerras, Zelenski ficará a ver navios e não terá alternativa senão firmar um acordo com a Rússia. Simples assim.
Outros afirmam que, pouco importando as consequências políticas e econômicas, os congressistas norte-americanos não suportariam contribuir (indiretamente) para uma vitória de Vladimir Putin e, concordarão com a emissão desejada pela Casa Branca.
Neste caso, quem ficará satisfeito é o presidente Xi Jinping, que, através da compra de mais Títulos da Dívida do Tesouro, vai ampliar sua participação na economia do Estados Unidos.
Tio Sam tem motivos para estar preocupado.
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