Em linhas gerais, ao ‘mundo natural’ – terras, mares, rios, seres vivos (não modificados), quedas d’água, tempestades, ventos, corpos celestes, vulcões, oceanos, florestas virgens, etc., etc. etc. – se soma um mundo artificial – agricultura, veículos, ferramentas, edificações, estradas, portos, equipamentos, seres criados ou modificados geneticamente, etc. etc. etc. – para compor o universo.
Nesta perspectiva, o homem é o parceiro-menor da obra de Deus.
Com efeito, no universo, tudo aquilo que não foi feito diretamente por Deus, o foi pela Engenharia – a arte segundo a qual, com emprego de conhecimentos científicos e tecnológicos, o homem modifica a natureza segundo um projeto.
Em princípio, esta condição deveria dar ao engenheiro – o profissional que lidera a Engenharia – uma proeminência natural, garantindo-lhe grande destaque social, inclusive e especialmente, nos processos decisórios.
Mas, talvez por não atentar para a importância que exerce na construção do mundo, os engenheiros não exercitam a sua natural liderança, sendo, mesmo, preteridos nas funções que lhe caberiam por vocação natural.
Esta situação foi retratada com perfeição, ontem, pelo engenheiro Henrique Luduvice em magistral palestra proferida na 79ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (SOEA), em Salvador.
Na ocasião, depois de lembrar episódios nos quais a opinião dos engenheiros foi decisiva para a tomada de decisão sobre projetos estratégicos, Henrique Luduvice lamentou a apatia demonstrada pelos seus principais órgãos de representação, como, por exemplo, no caso da privatização da Eletrobrás, e reclamou a retomada do protagonismo um dia exercido pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e pelos conselhos regionais (CREA’s).
Para observadores experimentados, o discurso de Henrique Luduvice sintetizou o sentimento e o desejo de participação de todos os engenheiros brasileiros. Se quiser corresponder à importância merecida por um sócio-menor da obra de Deus, a Engenharia brasileira precisa ampliar sua influência nos processos capazes de levar ao crescimento econômico, ao bem-estar social e à soberania nacional.
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