Tirando uma ou outra exceção (entre as quais estou incluído), é voz corrente que, por não ter acompanhado ‘a evolução das mídias, as Esquerdas precisam ‘mudar o discurso’.
Discordo.
‘Mudar o discurso’ significa imitar a Direita, correndo o risco de passar a agir como ela [agir como a direita] e, mesmo, [passar] a falar como ela [a falar como a direita].
Deve-se atentar que um discurso político deve traduzir e fazer propaganda de um pensamento político e não constituir-se em peça publicitária, mudando ao sabor daquilo que o consumidor quer ouvir.
Na realidade, mantendo o eixo político, o discurso das Esquerdas deve ser adaptado a certas situações, especialmente a atual incapacidade de boa parte da sociedade identificar as razões das mazelas que enfrenta e [incapacidade] de reconhecer as causas da superação de seus problemas.
Com efeito, por ignorância política, muita gente (que, por exemplo, só passou a comer regularmente e só conseguiu emprego decente no governo Lula), não enxerga a força econômica das políticas públicas e, presas à camisa-de-força das fakenews e das bolhas de desinformação, tenta explicar as melhorias por elas experimentadas com um simples ‘cresci por meus próprios méritos’ ou com um ‘foi Deus que me ajudou’.
Estas pessoas não atentam que, embora sempre existissem, Deus e seus méritos só tiveram a chance de se manifestar quando as políticas públicas da Esquerda foram adotadas.
Assim, o discurso das Esquerdas precisa tratar a força transformativa das politicas públicas dos governos progressistas com maior clareza, deixando claro que foram elas [as políticas públicas da Esquerda] que possibilitaram a manifestação da ajuda de Deus e [a manifestação] dos méritos das pessoas, perdendo o prurido de assumir a paternidade dos benefícios produzidos por elas [produzidos pelas suas políticas públicas].
Para ajudar as pessoas, Deus gosta e os méritos pessoais precisam do empurrãozinho que só as políticas públicas dos governos de esquerda conseguem dar.
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