Entre os postulados básicos do Liberalismo está o enfraquecimento do Estado nacional.
No dizer dos arautos do egoísmo [como modelo ideal de comportamento], a prática do Estado mínimo dá a certeza de que (por razões óbvias) haverá intromissão igualmente mínima do governo na dinâmica da sociedade – condição que faz prevalecer o ‘cada um por si’ que tanto beneficia os mais poderosos.
Na esteira deste postulado vem uma série de conceitos correlatos, como, por exemplo, a transferência para a sociedade da responsabilidade que o Estado deve ter pela oferta de uma série de serviços públicos, possibilitando naturalmente a redução dos impostos e tornando desnecessário uma série de funções da burocracia.
Ao contrário daquilo pensado pelos liberais que animam as diversas tribos da Direita, embora o Liberalismo nunca tenha dado certo em qualquer lugar do mundo, a sua adoção [adoção do Liberalismo] requer o cumprimento de agenda minimamente responsável sob pena de antecipar perigosamente a chegada da inevitável barbárie.
Aliás, sem qualquer conhecimento de causa, invertendo as bolas, a maioria dos ‘liberais’ colocam a desestatização, a desregulamentação e a redução da burocracia como elementos essenciais para a realização dos seus sonhos e, neste embalo, sem medir consequências e de forma indiscriminada, tratam de recomendar e praticar privatizações, concessões, eliminar postos, carreiras e funções públicas, reduzir regras e tudo o mais capaz de diminuir o tamanho do Estado.
O interessante é que – sem cogitar o porquê de os Estados Unidos (país por eles considerado um paradigma) não privatizarem a NASA, colocarem o exército para proteger a barragens do Rio Mississipi ou ter 13,56% dos trabalhadores na condição de funcionários públicos (no Brasil, segundo a International Labour Organization (Ilosat), este percentual é de apenas 12,4%) – em atitude contraditória, apesar de trabalhar pelo enfraquecimento do Estado, os liberais brasileiros esperam a melhoria da qualidade dos serviços públicos e costumam responsabilizar o Estado (enfraquecido por eles próprios) pelos eventuais problemas.
Por tudo que tenho testemunhado neste mundo de Deus, não vejo razões para perder tempo discutindo com aqueles caras, mas, em gesto de boa vontade, devo dizer-lhes que o tamanho ideal para o Estado é aquele necessário para a realização das tarefas dele esperadas.
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