Falando sobre a cidade maravilhosa do Rio de Janeiro nos anos 50 (quando os serviços públicos eram privatizados), o compositor Victor Simon a ela se referiu como ‘Cidade que nos seduz, De dia falta água, De noite falta luz’.
Passaram 70 anos e, agora, graças à privatização revivida pelos liberais, São Paulo está tendo a chance de viver os seus dias como aqueles descritos na marchinha antológica.
De fato, com grande frequência, São Paulo vem passando por longos períodos de backout.
Agora, um novo temporal apagou a cidade e, mesmo sabendo das previsíveis tempestades, a empresa Enel – beneficiária de um dos contratos mais lucrativos da temporada que privatizou os serviços de distribuição de energia elétrica – se diz desaparelhada para reconstituir os circuitos danificados com a agilidade cobrada pela população paulistana.
Para que se tenha uma ideia do despreparo do serviço privatizado, 24 horas depois de temporal, quase 1,5 milhão de consumidores ainda continuavam sem o abastecimento de energia, enfrentando o desconforto e os prejuízos decorrentes da situação.
A incompetência advinda da privatização fez São Paulo superar a Flórida – que, mesmo acossada pelo violento Furacão Milton, teve menos pessoas privadas do abastecimento de energia elétrica – e se igual à ‘Cidade maravilhosa’ – que, nos termos da marchinha ‘Vagalume’ (1954), era uma cidade que nos seduz, de dia falta água, de noite falta Luz.
E ainda tem gente que, por ignorância, má fé ou esperteza, defende a privatização dos serviços públicos e o Estado mínimo.
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