A Braskem SA – que, um dia, se chamou Salgema Indústrias Químicas S/A e foi privatizada em 1996 por Fernando Henrique Cardoso e, já sob o controle da Odebrecht (que, para sobreviver à LavaJato passou a se chamar Novonor), passou a ser chamada de Trikem e depois Braskem – esta na prateleira e quem está no balcão, ávido para comprá-la, é um certo Nelson Tanure – um especulador, que prefere ser referido como ‘investidor e líder de grandes projetos de reestruturação de empresas’.
Não é o caso de neste momento, conjecturar sobre os motivos que levam o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) a renovar a licença ambiental a cada 6 anos para a Braskem, pouco importando os desastres a que dá causa em Maceió.
O fato é que, ontem, dia 23 de maio de 2025, Nelson Tanure formalizou um acordo com a Novonor que lhe concede exclusividade por 90 dias nas negociações para adquirir o controle da Braskem, em novo passo de um processo iniciado em 2018 – a proposta apresentada pelo especulador prevê a aquisição indireta do controle por meio de um fundo de investimento a ele ligado [ligado a Nelson Tanure], mantendo a Novonor com participação minoritária entre 3% e 5%.
De alguma forma a geringonça acionária bolada por Nelson Tanure lembra a estripulia dos espertos Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, das Lojas Americanas, para assumir o controle da Eletrobrás no processo de desestatização e depende da anuência do Banco do Brasil, BNDES, Bradesco, Itaú e Santander (grandes credores da Braskem) e, sobretudo, da Petrobras (que, tendo o direito de preferência na aquisição das ações da Novonor, detém 36,1% do capital total da Braskem e 47% das ações ordinárias, além de participar do bloco de controle por meio de um acordo de acionistas).
Talvez seja hora de a Petrobrás exercer seu ‘direito de preferência’ e, sem se envolver com os esqueletos escondidos nos cartórios, ampliar a sua participação no quadro societário da Braskem.
De qualquer forma, é preciso ter muito cuidado neste momento, pois, seguramente, Nelson Tanure vai tentar assumir o bônus do negócio e repassar o ônus a ele associado [associado ao negócio] para os demais sócios.
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