3ª feira, 27 de maio de 2025
A DECEPÇÃO DE ESDRAS
Alexandre Santos
O bolsonarista Esdras Jônatas dos Santos nunca imaginou que um dia deixaria de ser empresário de sucesso.
Pelo contrário.
Nos últimos anos, graças à sua esperteza e à liberdade de agir permitida pelos governos de Michel Temer e, sobretudo, de Jair Bolsonaro, criara os espaços certos para dar vazão à sua esperteza nata e, com poucos empecilhos conseguira prosperar, realizando dispendiosas viagens internacionais e importando automóveis caríssimos, inclusive um Porsche avaliado em R$ 400 mil.
Não foi sem razão, portanto, que, diante da possibilidade de o Brasil passar a ser governado por um ‘esquerdista’, mergulhou de cabeça na campanha golpista para manter Jair Bolsonaro na presidência da República.
E, sendo o Esdras de sempre, se dizendo ‘um patriota’, Esdras Jônatas dos Santos ganhou destaque no acampamento armado diante do QG do 4º Comando do Exército, em Belo Horizonte, tão logo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou o resultado das eleições de 2022.
‘As urnas foram fraudadas’, ‘Em 18 horas vamos mudar o jogo’, ‘Queremos intervenção militar’ gritava Esdras, insuflando os companheiros, conforme orientado pelos ‘chefes’.
Ao contrário daquilo esperado pelo seu pessoal, o comandante do Exército não aderiu à campanha, as 18 horas não se confirmaram, Lula subiu a rampa e veio o pior, com a prisão do ‘patriotas’ na Papuda e na Colmeia.
Mas Esdras não se renderia aos ‘esquerdistas’ e, como tantos outros, fugiu do País, indo bater às portas da Terra do Tio Sam. Dos Estados Unidos, quem sabe, ao tempo que refazia a vida na ‘Land of freedom’, faria o combate ao governo de Lula.
As coisas, no entanto, não aconteceram conforme Esdras esperava, pois, para sua surpresa e decepção, os Estados Unidos não são a ‘Terra da Liberdade’, pelo menos para ele – um sul-americano sem documentos de imigração.
E, com progressiva saudade do Brasil (onde sempre pode trabalhar e tentar aplicar os pequenos golpes que fizeram sua fortuna), Esdras passou a viver de bicos, trabalhando como garçom, jardineiro, gari e outras coisas jamais pensadas para si.
Hoje, condenado e foragido do Supremo Tribunal Federal (STF) por participação no Oito de Janeiro, com as contas bancárias bloqueadas, o passaporte cancelado e proibido judicialmente de usar redes sociais, completamente falido e desesperado, se dizendo ‘reduzido à condição de catador de restos de comida no lixo para sobreviver nos Estados Unidos’, Esdras se considera abandonado pelo movimento bolsonarista e, sem qualquer resposta, recorre às redes sociais para suplicar a ajuda de Eduardo Bolsonaro para sair do inferno no qual está.
Para Esdras, o desdém de Eduardo Bolsonaro é insuportável.
Sem ver saída para seu caso, como medo de ser preso lá e cá, Esdras já pensa em sair da vida…
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