Ontem, depois de quase dois anos de trabalho, a Polícia Federal concluiu o inquérito instaurado para apurar a tentativa de golpe que redundou no Oito de Janeiro, o Dia da Infâmia.
Atraindo os olhares de todo o mundo, especialmente porque, dois dias antes, tornara público o plano ‘Punhal Verde Amarelo’, que previa o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, a PF apresentou suas conclusões e indiciou 37 golpistas, incluindo o Capetão Jair Bolsonaro, os Generais Braga Netto, Augusto Heleno, Mário Fernandes e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o Almirante Almir Garnier Santos e mais um punhado de meliantes.
Quem sou eu para criticar o trabalho da Polícia Federal, mas, evidentemente, a lista de indiciados está incompleta e, sem querer abusar da ousadia, está muito incompleta.
Onde estão, por exemplo, os parlamentares, que usaram a sua capacidade de dar credibilidade a balelas e insuflaram a turba contra o resultado das urnas, alimentando esperanças sobre as ‘72 horas salvadoras’?
Onde estão os empresários dos campos e das cidades, que custearam as campanhas publicitárias, as viagens, os acampamentos sem as quais de nada teria valido o planejamento do golpe?
Onde está o pessoal do mercado financeiro (também chamado só de ‘mercado’), que nunca desperdiçou a chance de impulsionar a ira dos bolsonaristas?
Onde estão os pastores golpistas, que fizeram do púlpito uma trincheira de disseminação do ódio-fermento das ideias golpistas?
Onde estão os influencers e o pessoal da mídia golpista, que transformou sua ação em plataformas de disseminação das fakenews de interesse do movimento golpista?
Onde estão os interlocutores da camarilha golpista com o movimento conservador internacional, que repercutiu as palavras-de-ordem golpista no exterior?
Finalmente, onde estão os godfathers da extrema-direita brasileira, que deram as grandes orientações para o movimento golpista?
Sinceramente, sinto falta de nomes como Eduardo Vilas Boas, Silas Malafaia, Luciano Hang, André Fernandes, Eduardo Pazuello, Alan dos Santos, Nikolas Ferreira, Carla Zambelli, Marcos Feliciano, Afranio Barreira, Junior Durst, dos oligarcas do agronegócio e de tantos outros notoriamente golpistas.
Se eu fosse o ministro Alexandre de Moraes, mandaria o processo para a Procuradoia Geral da República com o pedido de apreciação urgente e, em complemento, pediria a Polícia Federal aprofundar as investigações para indiciamentos dos golpistas poupados na primeira leva.
O Brasil precisa punir todos aqueles que não conseguem conviver com a Democracia. Cadeia Já.
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