Se você fosse Lula, qual seria sua primeira atitude no dia 1º de janeiro de 2023, após tomar posse na presidência do Brasil?
Diante da terra arrasada em implantação desde o início do movimento que redundou no golpe de 2016, inviabilizando o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, há uma miríade de coisas por fazer: a reversão de reformas, a reestatização de empresas, a recuperação da imagem internacional do País, a modificação da política de preços da Petrobrás, a recomposição das relações institucionais entre os Poderes da república, a restauração do poder de compra dos salários, a ressurreição de programas de assistência social, o redirecionamento das prioridades para o atendimento dos mais necessitados, a retomada de obras estruturais para o crescimento econômico, o restabelecimento das políticas ambientais, a readequação das forças armadas às suas funções originais, a consagração da Democracia como ordenamento básico, a reintrodução da Educação, da Cultura, da Ciência e da Tecnologia no rol das prioridades do País. Isso e muito mais.
É muita coisa por fazer, pois, como se fossem cupins esfomeados, Michel Temer e Jair Bolsonaro cumpriram a agenda liberal à risca e fizeram de tudo para liquidar do patrimônio público nacional, para enfraquecer a soberania nacional e para estabelecer o Estado mínimo, dissociando as preocupações do governo das necessidades do Povo brasileiro.
De qualquer forma, de todas as ‘primeiras coisas’ a serem feitas, a mais importante é pacificar o Brasil, dissolvendo o acirramento das tensões que vem desunindo as pessoas e separando-as em função de preferências políticas.
Se eu fosse Lula, a minha ‘Primeira atitude’ seria fazer um pronunciamento à Nação se colocando como presidente de todos os brasileiros (e não apenas daqueles que nele votaram), proclamando a necessidade de superação das divisões suscitadas pelas divergências naturais das campanhas eleitorais e conclamando a extinção do ódio entre irmãos e conterrâneos.
O Brasil não precisa do ranger de dentes criado artificialmente e que nada constrói. Os brasileiros precisam voltar a ser o Povo irmão que sempre foi.
Mas, para que esta ‘Primeira providência’ possa ocorrer, ainda há um longo caminho pela frente. Antes é necessário que Lula escape das armadilhas em preparação contra ele, que vença a eleição, que sobreviva às atividades anti-democráticas e que, finalmente, que consiga tomar posse e dar início ao seu governo.