Muito vem se discutindo sobre o comportamento de deputados da extrema-direita por ocasião da solenidade de promulgação da Reforma Tributária pelo Congresso Nacional, quando, ao invés de respeito ao momento e às autoridades ali presentes, [os deputados da extrema-direita] promoveram arruaça e chegaram a vaiar e a insultar o presidente Lula.
O episódio foi muito desagradável e inconveniente, inclusive porque, nestes tempos de conectividade on line, de imediato, [o episódio] correu o mundo, ganhando interpretações que variaram segundo o interesse e inclinação política das agências de notícias e dos analistas, sendo associado a número maior (ou menor) de deputados e a motivações diversas, dando origem a uma onda de fakenews.
Com justa razão, muitos condenaram a esperada postura dos extremistas.
Nunca é demais lembrar que, entre as características da extrema-direita – desonestidade, truculência, arrogância, burrice, etc. etc. etc. -, está a falta de modos (que alguns chamam ‘falta de educação’).
De qualquer forma, em reação à grosseria, a bancada governista anunciou a disposição de retaliar aqueles deputados, mover-lhe processos por quebra de decoro junto ao conselho de ética da Câmara dos Deputados (isoladamente, todos os deputados envolvidos já são alvos de processos, inclusive por disseminação de fakenews e por crimes contra a Democracia).
Sinceramente, não vejo razão para leva-los ao conselho de ética (por isto).
Afinal de contas, o ato de vaiar alguém se enquadra no direito democrático de manifestação e, como bem disse Juscelino Kubitscheck em resposta àqueles que o apupavam em solenidade ocorrida em São Paulo, ‘feliz o povo que pode vaiar seu presidente’.
Por outro lado, do ponto de vista concreto, não haverá motivos de preocupação enquanto à extrema-direita estiver vaiando (e não aplaudindo) o presidente.
Os cães ladram e a caravana passa. Que siga a caravana.
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