Anjos e demônios existem. Eles estão por aí, fazendo o bem ou o mal, conforme o caso.
Os anjos são movidos pela empatia e pela solidariedade e, em diversos níveis de pureza, se dedicam à causas coletivas, impregnando-as de dádiva, gratuidade, generosidade, caridade e de tantas outras coisas que denotam o seu despojamento pelo bem do outro. São seres de luz que, por onde passam, deixam um rastro nem sempre perceptível de santidade. É o caso, por exemplo, da Madre Tereza de Calcutá, de Bruno Maranhão, Irmã Dulce, São Francisco de Assis, Eduardo Matarazzo Suplicy, Dom Hélder Câmara, Sebastião Campello e do padre Júlio Lancelotti.
Em contraponto aos anjos, como num espelho de malignidade, estão os demônios – seres oriundos e destinados às trevas, impulsionados pela maldade e pelo egoísmo. Por ação e, também, por omissão, os demônios se dedicam a prejudicar as boas causas e a espalhar o sofrimento, em atitudes marcadas pela inveja, pela ambição desmedida, pela grosseria, pela perversidade e pelo desrespeito à Humanidade. A história registra a passagem de muitos demônios entre nós: Tomás de Torquemada, Harry Truman, Simão de Montfort, Borba Gato, Adolf Eichmann, João Dória e Luciano Hang são alguns deles (com o cuidado de não agir como eles, cada um pode fazer a sua própria lista de demônios). Estes demônios fazem muito mal às pessoas. Imagine que, quando era prefeito de São Paulo, em plena temporada de frio intenso, o demônio João Doria determinou à guarda municipal o confisco dos cobertores usados pelos miseráveis sob as marquises, provocando a morte de muitos. mendigos por hipotermia.
Agora, com o intuito de inserir seu próprio nome na galeria dos maiores demônios brasileiros, o tal Luciano Hang abriu uma campanha junto à legião que o segue para condenar a ação do santo Júlio Lancelotti, cujo ‘mal’ é distribuir comida, roupas e agasalhos ao moradores de rua de São Paulo, restituindo um pouco da dignidade que, ao longo da vida, lhes foi roubada.
Um velho adágio popular diz que ‘no fim, o bem vencerá’. Eu acredito