Em 1989, na campanha na qual Lula disputou (e perdeu para Fernando Collor de Mello) o segundo turno das eleições presidenciais, o Partido dos Trabalhadores adotou a música ‘Sem medo de ser feliz’, de Hilton Accioli, como jingle.
A música atravessou os tempos e indica a possibilidade de as pessoas poderem vencer o medo nelas inculcado por aqueles que – por egoísmo, perversidade, preconceito e, mesmo, medo – não aceitam a redução dos desníveis econômicos e a ascensão social dos mais pobres.
Como diz a música, as pessoas têm o direito e podem ser felizes, mas para isso precisam escapar dos grilhões impostos pelas elites, que as quer [quer as pessoas] presas ao regime que as exclui do desfrute das riquezas.
Com efeito, sem recusar o uso de quaisquer recursos (por mais aéticos que possam ser), contando com a cumplicidade voluntária ou não das xurebas e da banda não-pensante da sociedade e embaladas por vergonhoso complexo de vira-latas e síndromes de Estocolmo e de Nova York, pouco preocupadas com os prejuízos decorrentes das suas próprias atitudes, as elites fazem de tudo para impedir o desenvolvimento pleno do País, preferindo a imobilidade e o atraso desde que seu destaque social e econômico não seja ameaçado pela chegada de alguém outrora situado em escalão mais humilde na pirâmide social.
Embora, no fundo, seja um indicador de burrice (pois corrói os benefícios gerais decorrentes da ampliação dos mercados), as elites rejeitam a perspectiva do convívio com egressos da pobreza e, tomadas por crises de urticária, pouco importando seus eventuais prejuízos, adotam posturas e comportamentos para o restabelecimento do status quo que lhes interessa.
Foi assim, por exemplo, na Bolívia, onde, desconsiderando o avanço econômico e social do país, as elites concorreram para a derrubada do presidente Evo Morales; [foi assim] em Cuba, onde as elites refugiadas em Miami tentaram derrubar o presidente Fidel Castro, mantendo a postura contra seus sucessores; foi assim no primeiro mandato do presidente Lula, quando as elites criaram uma crise e tentaram derrubá-lo; foi assim no governo da presidente Dilma Rousseff, que terminou sendo derrubada no golpe de Estado.
Coisa parecida vem ocorrendo no Brasil nos dias de hoje, onde, pouco importando os avanços alcançados pelo país e o contraste qualitativo com o governo da extrema-direita exercido no período anterior, as elites – cuja opinião vem sendo verbalizada através da voz da grande mídia, especialmente os grupos editoriais Globo, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo – cerraram combate ao presidente Lula e, como já fizeram no passado, escondem seus feitos e tentam modular a opinião pública da banda não-pensante da sociedade para coloca-la contra a gestão que beneficia a todos.
O momento é de perigo.
Se quiser manter a jornada rumo ao crescimento econômico, à soberania nacional e à promoção do bem-estar social, a sociedade brasileira precisa se proteger da ação das elites.
Com a consciência de que as elites são inimigas do avanço, a sociedade pensante precisa encontrar uma forma de conter a sua sanha destrutiva, excluindo-as democraticamente do controle hegemônico do processo decisório do País.
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