Entre os múltiplos aspectos nos quais o presidente Jair Bolsonaro se destaca como um completo desastre está a diplomacia.
De fato, inicialmente embalado por princípio por ele denominado de ‘diplomacia sem viés político’ (e que, depois, revelou-se o inverso), Bolsonaro arrumou confusão por todo o Planeta.
Ninguém pode esquecer que, já em janeiro de 2019, nos primeiros dias de governo, sem qualquer razão, ele ameaçou iniciar uma guerra contra a Venezuela e só não o fez porque foi demovido pelos nossos generais de bom senso. Ninguém pode esquecer quando, depois de conquistar o galardão de ser o ‘último chefe de estado a reconhecer a vitória do presidente Joe Biden’, Bolsonaro afirmou que, se as diferenças do Brasil com os EUA não pudessem ser resolvidas com palavras, ele poderia ‘recorrer à pólvora’. Ninguém pode esquecer das ofensas gratuitas feitas por Bolsonaro à esposa do presidente francês Emanuel Macron. Ninguém pode esquecer das ofensas feitas por Bolsonaro ao governo da China. Ninguém pode esquecer da recente desfeita cometida por Bolsonaro ao presidente português Marcelo Rebelo, com quem, subitamente cancelou almoço agendado há tempos. Bolsonaro não tem medidas.
É um desastre completo.
No domingo passado, por exemplo, no debate realizado pela TV Band, com o intuito de atacar a índole humanista de Lula, num único minuto de fala, Bolsonaro ofendeu os governos da Argentina, Cuba, Chile, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Nicarágua e mais um montão de países.
Mesmo reconhecendo Bolsonaro como um presidente ‘desmiolado’ e em fim de mandato, estes países vão reagir. A primeira reação foi do presidente chileno Gabriel Boric, que determinou a imediata convocação do embaixador brasileiro Paulo Roberto Soares Pacheco para explicação dos disparates ditos por Jair Bolsonaro.
Não é sem razão o progressivo isolamento internacional do Brasil. Ainda bem que o governo Bolsonaro está no fim. Caso contrário, em pouco tempo, o relacionamento diplomático do País ficaria restrito aos poucos governos neonazistas que ainda existem por aí.