O mundo está estarrecido com as cenas registradas na reserva Yanomami, no norte do Brasil.
No sábado, 21/01/2023, mesmo acossado pela crise militar que o fez trocar o comandante geral do Exército, indignado com as imagens similares àquelas colhidas nos campos de concentração nazistas vindas de Roraima, acompanhado de sete ministros, o presidente Lula foi ao encontro dos Yanomamis para demonstrar que ‘vidas indígenas importam’ e para levar o apoio que, criminosamente, o governo Bolsonaro sempre negou às populações indígenas.
Desde sempre, cumprindo ameaças que fez por toda a vida, Bolsonaro apadrinhou a causa de madeireiras, mineradoras, contrabandistas e toda a sorte de criminosos, entregando os índios e a natureza amazônica à sanha dos ministros Ricardo Salles (que exerceu o cargo passando boiadas ecocidas), Damares Alves (que, além de nada fazer, desviou R$ 872 milhões da saúde indígena para ONGs evangélicas com o objetivo de ‘evangelizar índios’) e Eduardo Pazuello (que, a exemplo daquilo que fez com os outros, abandonou os índios às doenças, inclusive a COVID-19).
De fato, apesar das 21 correspondências do ministério público alertando para o perigo de morte vivido pelos yanomamis, o governo Bolsonaro nada fez.
Pelo contrário.
Confirmando a existência de um plano de extermínio em execução, contribuindo para a crise sanitária e humanitária que matou quase 600 crianças yanomamis de desnutrição e outras causas evitáveis, ao invés de agir em defesa dos Direitos Humanos, Damares Alves impediu que o governo enviasse água potável, leitos de UTI, alimentos e remédios aos indígenas infectados por coronavírus e, de sua parte, ao invés de proteger o meio ambiente, Ricardo Salles facilitou a devastação da floresta, à contaminação dos solos e o envenenamento das águas das quais os índios tiram o seu sustento. Irresponsabilidades e atitudes criminosas de igual gravidade também foram cometidas por outras autoridades, inclusive o então ministro Sérgio Moro e o presidente da FUNAI.
Os juristas são unânimes que, diante da gravidade dos crimes cometidos contra a comunidade yanomami, não há como poupar Jair Bolsonaro e sua turma de pesadas condenações por Genocídio.