Primeiro a descortesia de aceitar a derrota eleitoral como fazem todos os líderes civilizados. Depois a recusa de agir como presidente no exercício da cargo e determinar o desmonte de acampamentos diante de quartéis e a dissolução de barreiras nas rodovias. Depois a deserção e fuga para os EUA ainda durante o mandato presidencial. Depois a ausência e boicote às solenidades de posse do presidente Lula. Depois a tentativa de golpe contra o novo governo. Depois a hipocrisia revelada com a divulgação dos gastos com o cartão corporativo da presidência. Agora os noticiário sobre a tragédia humanitária verificada na população Yanomani, em Roraima.
A soma de tudo isso – acrescido da ação judicial contra os insandescidos, [ação judicial] contra as empresas e organizações disseminadores de fakenews, reconstituição da linha de comando no Exército brasileiro e, finalmente, a ‘aula’ dada por Lula sobre como se exerce o governo – parece ter decepcionado definitivamente os simpatizantes ocasionais de Bolsonaro, acordado parte dos iludidos pelo seu discurso moralizante [de Bolsonaro], envergonhado entusiastas do bolsonarismo e levado líderes da extrema-direita a repensar estratégias.
O fato é que, surpreendente e repentinamente, os bolsonaristas mergulharam e, pouco a pouco, tentam desaparecer no anonimato, levando consigo os símbolos que, até outro dia, ostentavam com tanto orgulho – comportamento que explica, por exemplo, o desaparecimento das bandeiras nacionais no automóveis.
Vale dizer, no entanto, que, embora muitos reconheçam o erro no qual estavam imersos, o sumiço dos ‘homens de verde-amarelo’ não é definitivo, bastando uma fagulha fascista para os extremistas voltarem a sair do armário.