Após as eleições, sejam elas decididas em um ou em dois turnos, começa um período (por muitos chamado de ‘terceiro turno’) no qual, já sabendo o nome e endereço do vencedor, os grupos de pressão se movimentam para influenciar a elaboração do efetivo plano de governo (até a conclusão do pleito, os candidatos trabalham com plataformas eleitorais, peças superficiais cujo objetivo maior é a cabala do voto) e para influenciar e ocupar espaço na composição do futuro governo.
É o momento no qual surgem forças oportunistas que, pouco importando os candidatos e ideias em disputa, desejam garantir o seu naco de influência e de poder.
Pois ontem (27/09), em clara indicação de que (como todo mundo) dão o resultado das eleições como ‘favas contadas’, a nata do poder econômico brasileiro teve encontro com Lula para ouvir, falar, ativar e reavivar relacionamentos, dando largada ao ‘terceiro turno’ que o interessa.
Com efeito, em jantar organizado pelo chamado ‘Grupo Esfera Brasil’ na casa de João Camargo, Lula se encontrou com quase 150 mega empresários de diferentes segmentos econômicos, os quais, em meio aos sorrisos e salamaleques devidos ao futuro presidente da república, se apresentaram e tentaram arrancar-lhe compromissos, entre os quais a adoção de política econômica ‘moderada’, a manutenção da deforma trabalhista feita por Michel Temer, a preservação daquilo já feito pelo programa de desestatização de Bolsonaro e a realização de uma reforma administrativa (para reduzir o tamanho do Estado).
Lá estavam chairmans do Bradesco, BTG Pactual, XP Investimentos, Cosan, MRV Engenharia, BTG Pactual, XP Investimentos, Cosan, MRV Engenharia, BTG Pactual, XP Investimentos, Cosan, MRV Engenharia, Multiplan, Hapvida e gente graúda da indústria, do comércio, da finanças e do agronegócio – a fina flor do capitalismo, para a qual, mais importante do que afinidades políticas e outros valores, é o tlim-tlim das moedas sonantes e o ruído positivo das máquinas registradoras.
Está aberto o período das lobas interesseiras.
Um período de tentativas de convencer eleitos a trair compromissos firmados nas campanhas com os eleitores.
Vai ser assim daqui por diante.
Desta vez, foram grandes empresários brasileiros, mas outros grupos de pressão estão se organizando e, se tiverem a chance, tentarão o mesmo.
Que, do alto da sua experiência e com a força do Povo brasileiro, Lula resista a pressões indevidas e possa realizar o governo que o País precisa e merece.