Ontem, como vem acontecendo a cada dia nesta fase vestibular das eleições, foi divulgada mais uma pesquisa de intenção de voto, deixando mais claro que há uma firme possibilidade de Lula vencer o pleito já no primeiro turno.
Isto vem deixando a turma do Capetão exasperada, especialmente porque nenhuma das cartadas adotadas por Bolsonaro até agora surtiu efeito.
Foram inócuas as PECs da Compra de Voto, as reduções de preços dos derivados de petróleo, as motociatas, as marchas para Jesus, a propaganda eleitoral enganosa apresentada no Horário Eleitoral, a campanha de fakenews a cargo do submundo bolsonarista, as promessas vãs, o sequestro dos símbolos e datas nacionais.
Nada deu certo.
Para desespero de Bolsonaro e da turma do Capetão, tal como reza o provérbio ‘Os cães ladram e a caravana passa’, Lula vem atravessando o tiroteio sem qualquer morsa expressiva.
Agora, vendo diminuir as chances eleitorais e como, aparentemente, a opção militar está descartada, ao tempo que mantém um otimismo ‘inexplicável’ cujo propósito é conservar o entusiasmo da militância para viabilizar sobretudo a eleição de parlamentares, o Bolsonaro e a turma do Capetão vão tentar os últimos disparos – provocar um clima de insegurança para reduzir o nível de comparecimento às urnas e criar um ‘fato novo’ capaz de gerar uma comoção nacional favorável ao presidente Jair.
Se, de um lado, a violência política vem sendo estimulada pelos bolsonaristas para provocar a insegurança que lhes interessa, de outro [lado] não há uma fórmula pronta e acabada para a criação do tal ‘fato novo’.
Na eleição passada, este papel foi cumprido pela ‘facada’, que, embora não tenha derramado um só pingo de sangue, produziu uma onda de solidariedade ao Capetão (além de dispensá-lo de comparecer aos debates).
Nesta eleição, o ‘fato novo’ pode vir de qualquer coisa. A simulação de um atentado ao próprio Bolsonaro (como já aconteceu no passado) ou a violência contra uma alguma autoridade (como aconteceu contra Abílio Diniz em 1989)? Provocar um grave incidente internacional, como fizeram os generais argentinos? Provocar uma onda de ‘invasões’? de Rebelião em prisões’? Forjar cenas de militantes ‘fardados’ em assaltos ou atentados a igrejas e religiosos? Pronunciamentos virulentos por ‘esquerdistas’? Quem sabe? Qualquer coisa é possível.
Uma coisa é certa: Bolsonaro e sua turma vão tentar alguma coisa.
Todo cuidado é pouco.