Neste final de governo, em atitude só explicada por um capricho pessoal (observe que, por tudo aquilo que fez e, sobretudo, por aquilo que deixou de fazer, Jair Bolsonaro não gosta de governar, gosta apenas de desfrutar os encantos e benesses advindas do Poder), Bolsonaro está decidido a renovar o mandato e permanecer no Palácio do Planalto, em projeto no qual cabe qualquer coisa – desde a apresentação de promessas vãs até a compra de votos, passando pela aplicação de um improvável golpe de estado.
Na frente ‘compra de votos’, com a cumplicidade do Congresso Nacional e passividade do Supremo Tribunal Federal, a partir da aprovação de leis de legalidade questionável e de contrariar o esforço anti-inflação do Banco Central, Jair Bolsonaro derramou bilhões de reais no mercado através da elevação dos valores dos programas bolsa-família, auxílios-motorista e vale-gás e dos subsídios indiretos aos preços da gasolina e querosene. Acontece que, tendo em vista as limitações impostas pelo ‘Teto de Gastos’, se o governo gasta aqui, precisa cortar ali em igual proporção.
E, aí, sem ter para onde correr, Jair Bolsonaro mostra a sua face.
Preservando os valores destinados ao criminoso Orçamento secreto, através do qual [ele] segura as lobas do Centrão, Bolsonaro está cortando verbas de outros programas de forma impiedosa.
Cortou, por exemplo, 59% do orçamento 2023 do programa Farmácia Popular, que atende mais de 21 milhões de brasileiros com medicamentos gratuitos; cortou, também em 59% as despesas para atendimento da população indígena.
Mas, não para por aí. Bolsonaro propôs reduzir R$ 224,6 milhões da verba destinada às 92 Universidades e Institutos Federais.
Um governo de cupins não causaria tanto estrago…