Ao 96 anos, morreu ontem Elizabeth II, a rainha que, guardada em nossas mentes como uma velhinha simpática e sempre com um sorriso nos lábios, por 70 anos, foi chefe de estado do Reino Unido – uma Monarquia que, estranhamente, se alia ao EUA para dar lições de Democracia ao mundo (mas, isso é outra história).
Quem viveu e reinou por tanto tempo como Elizabeth, protagonizou muitas histórias e criou muitas lembranças.
Entre as milhares experiências por ela vividas, esteve uma ocorrida no longínquo 1968, quando, por duas horas, visitou o Recife. Naquela ocasião, a rainha de apenas 42 anos participou de eventos marcantes, inclusive um jantar no Palácio do Campo das Princesas, então escurecido por um vexatório apagão contornado por velas acesas apressadamente.
Aquela rápida passagem pelo Recife produziu muitas histórias e grandes recordações. De todas elas, talvez a mais expressiva seja aquela contada com uma pontinha de orgulho pelo meu amigo Luiz Augusto Araújo, então prático da barra do porto, que, segundo ele, ao fazer a manobra de partida do Iate Real Britannia para Salvador, socorreu a jovem Elizabeth de um tropeço e, por alguns segundos, a teve nos braços e, por isso, recebera uma gentil reprimenda do almirante comandante do navio, pois ‘um plebeu não pode tocar o corpo da rainha’.
Anos depois, ao explicar a ‘ousadia’, em meio a um sorriso matreiro, Luiz Augusto piscava e, minimizando o tropeço que fizera a rainha cair em sua direção, dissera que, na realidade pintara um ‘clima’ entre eles. Igual a esta, quantas histórias Elizabeth II terá deixado pelo mundo?
Vai Elizabeth, segue teu caminho pela história que, por aqui, temos muita coisa por fazer.