Como decorrência da relação direta entre o Liberalismo e a Impunidade têm-se o apreço (e, mesmo, dependência) da extrema-direita pela bandidagem – um sentimento que termina por consagrar ‘bandidos de estimação’, normalmente elevados à condição de líderes ou de ícones.
É nesta condição que despontam personalidades como Donald Trump, Jair Bolsonaro, Elon Musk, Gustavo Lima, Pablo Marçal e tantos outros.
Por razões óbvias, ao longo do tempo, estas personalidades acumulam infrações às leis e, naturalmente, condenações – situações que, em alguns casos, podem perturbar os planos da extrema-direita.
No caso de Donald Trump, a extrema-direita direita aproveitou brechas na lei norte-americana e o lançou candidato presidencial, submetendo os Estados Unidos à vergonha de ter um meliante condenado comandando os destinos do [ainda] país mais poderoso do mundo (e fazendo aquilo que ele está fazendo).
No caso de Jair Bolsonaro não acontece a mesma coisa, pois a sua condenação [condenação dele, Bolsonaro] está associada à inelegibilidade até o ano de 2.030.
Esta situação ultrapassa os limites da compreensão dos mínions e da tolerância da extrema-direita e, daí vem o projeto-de-lei que, na prática, acaba com a chamada Lei da Ficha Limpa.
É nesta perspectiva que deve ser entendida a tentativa de restabelecimento da elegibilidade de Jair Bolsonaro e de muitos outros meliantes da extrema-direita impedidos legalmente de disputar eleições.
Aliás, o esforço para restaurar precocemente os direitos políticos dos bandidos pelo esgarçamento da Lei da Ficha Limpa desmascara parte do discurso moralista daquele pessoal – é sintomático o silêncio e o contorcionismo verbal de gente como Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e dos parlamentares da bancada conservadora para justificar a proposta casuística.
Infelizmente (para os mínions, para os bolsonaristas, para aqueles que têm bandidos de estimação e para a extrema-direita), por ser casuístico e nitidamente inconstitucional, este projeto-de-lei tem pouquíssimas chances de prosperar e se converter em lei.
Além disso, a inelegibilidade de Jair Bolsonaro não decorre apenas da Lei da Ficha Limpa, pois, nos próximos dias, condenado por algum dos mais de cem processos a que responde, ele estará encarcerado em alguma penitenciária do Brasil. Estará PRESO e SEM ANISTIA.
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