A Procuradoria Geral da República é órgão estratégico para o funcionamento da Justiça do país, tendo inclusive a prerrogativa exclusiva de mandar abrir processos contra o presidente da república.
Quando há cumplicidade entre eles [entre o PGR e o PR], com a impunidade garantida, o presidente da república deita e rola.
Nos tempos de Fernando Henrique Cardoso, a cumplicidade com a PGR foi tão grande que o procurador geral Geraldo Brindeiro passou a ser conhecido como o ‘engavetador-geral-da-república’.
Em seu primeiro mandato, com objetivo de reduzir a eventual influência da presidência na PGR, Lula introduziu o sistema de escolha do procurador geral a partir de uma lista tríplice produtiva em eleição organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
Este sistema só prevaleceu nos mandatos de Lula e Dilma Rousseff, sendo abandonado pelo usurpador Michel Temer, que, sonhando em ter um ‘engavetador-geral’ para si, restaurou o sistema antigo de indicação do PGR.
Pois bem.
Jair Bolsonaro seguiu o modelito e, em setembro de 2019, pouco se lixando para a opinião dos procuradores, nomeou Augusto Aras (que sequer figurava na lista resultante da eleição da ANPR).
A presença de Augusto Aras na Procuradoria Geral da República garantiu a impunidade almejada por Jair Bolsonaro e todos os processos propostos contra ele foram arquivado.
Agora, no entanto, ao que parece, a sorte de Bolsonaro vai mudar, pois, disposto a não entrar para a história com a triste fama do seu antecessor, o novo procurador geral da república Paulo Gonet anunciou que vai rever os processos engavetados por Augusto Aras, a começar pelas ações propostas pela CPI do Genocídio, que sugeriu o indiciamento do ex-presidente por crimes contra a saúde pública durante a pandemia de Covid.
Pelo andar da carruagem, a prisão de Jair Bolsonaro vai ocorrer muito antes do que se espera.
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