Os bolsonaristas que perdoem, mas, considerados por quesitos humanos e republicanos, não há como comparar o presidente Lula com seu antecessor.
De fato, qualquer que seja o critério – empatia, seriedade, responsabilidade, honestidade, dedicação, preparo pessoal, vontade de governar -, ao tempo que Lula atinge os patamares máximos de avaliação, Bolsonaro mal se descola do piso minimorum.
Por estes dias, por exemplo – contrastando com o desdém que Bolsonaro dedicava às populações vitimadas por intempéries (os baianos jamais esquecerão do ar de felicidade de Bolsonaro ao passear de jetski enquanto a Bahia se acabava em dilúvio) -, Lula interrompeu o descanso carnavalesco para viajar à Baixada Santista, no litoral de São Paulo, para se solidarizar com a população atingida pelo grande temporal que causou prejuízos materiais e mortes.
Na realidade, mais do que características pessoais, as diferenças entre o Modo-Lula e o Modo-Bolsonaro refletem as diferenças dos seus modos de ver o mundo e o papel do Estado.
De fato, enquanto numa ponta do espectro político, refletindo o Humanismo, Lula credita ao Estado, ao governo e ao poder público a responsabilidade maior pela conquista de progressivos patamares de bem-estar social e de crescimento econômico, na outra ponta, refletindo o pensamento liberal da extrema-direita e entendendo que praticar o ‘Estado mínimo’ é o ‘nada fazer’ e a entrega da sociedade (especialmente os mais pobres) ao Deus-dará, Bolsonaro sempre achou que governar é se locupletar das benesses e usar o cartão corporativo ao máximo.
De fato, se julgando prócer mundial do liberalismo, Bolsonaro se dedicou ao nada fazer e não deixou qualquer marca que possibilite alguma comparação com o governo Lula.