Não é surpresa para ninguém que a isenção tributária desfrutada pelas Igreja as torna ambientes apropriados para a lavagem de dinheiro, pois, sem custos, são capazes de dar origem a dinheiro obtido de forma ilícita.
Apesar desta condição, pouco preocupada com o assunto ou, inversamente, estimulada por ‘pastores-bandidos’, com o apoio dos parlamentares-espertalhões e da extrema-direita, a chamada bancada da Bíblia (que congrega pessoas eleitas com o voto da massa evangélica) não admite qualquer mudança no regime tributário que favorece as igrejas e os pastores, querendo, inclusive, ampliar as benesses.
Esta condição, naturalmente, atrai toda espécie de vivaldinos e, até mesmo, criminosos para as igrejas.
Assim, não me causou surpresa a denúncia feita pelo ministro Gilmar Mendes em reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso sobre a existência de uma ‘narcomilícia evangélica’ no Rio de Janeiro.
É uma denúncia muito grave e, talvez, justificasse a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o assunto.
De qualquer forma, um eventual acordo entre traficantes e evangélicos cariocas em parte explicaria o porquê do narcotráfico ter um histórico tão denso de ataques de intolerância a comunidades religiosas católicas e terreiros de Umbanda e Candomblé no Estado do Rio de Janeiro.
Independentemente das investigações que a denúncia merecer, as autoridades brasileiras precisam rever a legislação tributária que facilita a conversão de igrejas em células de lavagem de dinheiro.
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