Como ocorre sempre, o Natal de 2024 abrigou tudo aquilo que impacta as pessoas, causando-lhes sensações de alegria, de melancolia, de euforia.
Para a família de Juliana Leite Rangel, a noite de Natal foi marcada pelo medo, pela revolta, pela tristeza, pela decepção.
Imagine que, na noite do dia 24 de dezembro, quando se dirigia à Niterói para uma ceia de Natal, o carro no qual viajava com a família foi emboscado na rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias (RJ), por uma viatura da Policia Rodoviária Federal (PRF), sendo alvejado por quase cinquenta tiros. Juliana Leite Rangel foi atingida na cabeça e, se escapar, vai carregar sequelas severas pelo restante da vida.
Ao atinar para a gravidade do seu tiro-ao-alvo irresponsável, os policiais se exasperaram (segundo Deyse Rangel, mãe de Juliana, ‘os agentes da PRF ficaram igual barata tonta… um deles ficou batendo no chão igual a um maluco’) e sequer prestaram socorro para ela.
A ironia fica por conta do decreto que regulamenta o uso da força policial em todo o país assinado pelo presidente Lula e pelo ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, horas antes, que estabelece regras de conduta para os profissionais de segurança pública (além de dizer que ‘arma de fogo só pode ser usada como último recurso pelos policiais, proíbe o seu uso contra pessoas desarmadas em fuga ou veículos que desrespeitem bloqueios policiais em via pública).
De nada valeu o Decreto.
Para gente despreparada, de nada vale uma boa lei. Os policiais envolvidos na lambança foram afastados e Juliana Leite Rangel agoniza num leito de UTI.
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