Neste domingo, 06 de outubro de 2024, desperdiçando uma belíssima oportunidade de purificar a politica brasileira, expurgando as câmaras municipais e prefeituras de espertalhões e malfeitores, o povo brasileiro revelou extremo descaso com as questões politicas e elegeu candidatos conservadores, alguns dos quais ícones do Bolsonarismo, como, por exemplo, Carluxo Bolsonaro (Rio de Janeiro) e Jair Renan (Camboriú), e deu grandes votações a gente como Pablo Marçal (São Paulo), André Fernandes (Fortaleza) e Sebastião Melo (Porto Alegre).
Não parece normal que, em sã consciência e no perfeito domínio da própria vontade, podendo escolher alguém com histórico associado a projetos e lutas de interesse social e popular, uma pessoa vote em candidato marcado por passado nitidamente descompromissado com o bem-estar comum ou,
tão ruim quanto, comprometido com interesses privados incompatíveis com o bem e o bom.
Como explicar, por exemplo, votos no prefeito de Porto Alegre (cujo descaso com o interesse publico foi responsável por um dos maiores desastres ambientais experimentados pela cidade) ou em Pablo Marçal (que revelou-se alguém incompatível com uma sociedade regida por leis e regras) ou num candidato que, aparentemente, sabe apenas depilar o anus?
Masoquismo? Burrice? Desinformação? Oligofrenia?
O quê levaria alguém a atirar no próprio pé.
Na realidade, ao que parece, na atual quadra vivida pela Humanidade, as pessoas deixaram de perceber a relação entre os mandatários e o aparato de governo responsável pelos serviços públicos que recebe e que, dos quais, eventualmente, são dependentes para satisfazer algumas necessidades.
Por que uma pessoa que depende do SUS vota em alguém cuja história é marcada pela defesa da privatização da saúde pública? Ou, mesmo sem poder pagar escola privada, defende algum compromissado com a extinção do ensino público? Ou, que, mesmo desempregado e endividado, vota em candidatos tradicionalmente defensores de teses monetaristas e atreladas ao ‘equilíbrio orçamentário’?
Desprezando as alternativas associadas às bolhas de desinformação, ao voto de cabresto (aplicado ao chamado ‘gado) e a incapacidade de raciocinar, não dá para entender o processo decisório (se é que há algum) do chamado ‘pobre de direita’.. Não é sem razão que, depositando toda responsabilidade nas costas do pobre eleitor, muitos afirmam ‘cada povo tem o governo que merece’.
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