Pertenço a uma geração-vítima de grandes fakes, levada à situação de cobaia de grandes farsas, como, por exemplo, aquela plantada pelo governo dos Estados Unidos, que, interessado nas imensas jazidas petrolíferas do Iraque, espalhou que o regime de Saddam Hussein possuía e estava disposto a usar armas de destruição em massa para destruir a Humanidade (com base nesta mentira deslavada, as tropas do Tio Sam invadiram e ocuparam o Iraque, assassinaram mais de 500 mil pessoas inocentes, incluindo o próprio presidente, saquearam o país, destituíram um patrimônio histórico de valor inestimável e … nunca acharam as tais armas usadas como pretexto para a matança).
Assim, nos termos do provérbio popular segundo o qual ‘gato escaldado tem medo até de água fria’, admito que, naquilo que diz respeito aos Estados Unidos, passei a encarar tudo com muito ceticismo. Vivendo uma espécie de paranoia como aquela que animou São Tomé, passei a duvidar de qualquer coisa dita pelos norte-americanos.
Será que o homem foi mesmo à Lua? “Não há porquê duvidar” diz quase todo mundo. Afinal de contas, mesmo sem explicar como conseguira superar a radiação dos Cinturões de Van Allen sem contar com trajes impermeáveis [àquelas radiações] (que, diga-se de passagem, não existem até hoje), em 20 de julho de 1969 (um tempo no qual a maioria dos computadores pesavam toneladas, ocupavam andares inteiros e eram alimentados por cartões perfurados), com o estardalhaço das grandes produções hollywoodianas, a NASA anunciou a ‘conquista da Lua’.
Tudo bem.
A NASA falou, está falado.
De qualquer forma, confesso que fiquei surpreso quando, quarenta anos mais tarde, em abril de 2010, falando sobre as missões espaciais norte-americanas, talvez esquecido da ‘conquista da Lua’ festejada quatro décadas antes, com todas as palavras, o presidente Barack Obama afirmou esperar que”por volta de 2025, novas naves espaciais projetadas para viagens longas permitam dar início às primeiras missões tripuladas para além da Lua, rumo ao espaço profundo”.
Esquisito.
Muito esquisito.
Se foi à Lua em 1969, por que esperar até 2025 para voltar às viagens de longo curso?
O presidente Obama deve ter tido as suas razões para dizer aquilo há quinze anos.
O interessante é que, por estes dias (talvez esquecida que, segundo ela própria, há 55 anos já dominava tecnologia para levar e trazer homens da Lua), a NASA admitiu não ter condições para resgatar os astronautas Barry Butch Wilmore e Suni Williams, que, desde em 05 de junho, estão ‘presos’ na Estação Espacial Internacional (não é na Lua, que é centenas de vezes mais distante e está depois do Cinturão de Van Allen) há mais de seis meses e, segundo os prognósticos mais otimistas, vão ficar por lá até o fim de março de 2025.
Tem alguma coisa muito mal contada nesta história de conquista da Lula em 1969. Para quem jurou sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, dizer qualquer coisa é possível.
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