Agora é formal.
O governo Trump não cansa. Sem parar um único dia de fazer bobagens, ontem, em mais um lance de intervencionismo externo, o secretário de Estado Marco Rubio, anunciou a adoção de nova diretriz na política externa dos Estados Unidos, que passará a impor restrições de vistos ‘a autoridades estrangeiras envolvidas em ações de censura contra cidadãos ou empresas norte-americanas’.
Na realidade, esta diretriz faz parte de um conjunto de medidas que integram a plataforma de dominação criada pela Casa Branca como linha auxiliar do Pentágono, para intervir na política interna de outros países, desconsiderando o conceito de Soberania. De fato, como, nos termos do pensamento imperial dos Estados Unidos, a ‘autoridade certificadora’ dos elementos que dão substância às suas decisões são eles próprios (é a Casa Branca que determina quais são as ‘autoridades estrangeiras envolvidas em ações de censura’, assim o faz nas diretrizes semelhantes, dizendo quem é corrupto, narcotraficante, genocida, antidemocrático, etc.), o governo norte-americano pode sancionar quem quer.
Dizem que esta foi a forma encontrada pelo governo de Donald Trump para atacar o ministro Alexandre de Moraes (que impôs limites à ação de desinformação levada adiante no Brasil pelas bigtechs, incluindo a empresa de Elon Musk), considerado a ‘pedra-no-sapato’ da extrema-direita no Brasil.
Embora seja um direito da Casa Branca – a concessão (ou não) de vistos para estrangeiros é uma prerrogativa do país (aliás, cumprindo o princípio da reciprocidade diplomática, recentemente, o Brasil passou a exigir visto aos cidadãos norte-americanos) -, recusar a eventual visita de um ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro ao território norte-americano seria um gesto de grosseria extrema, mas perfeitamente compatível com o estilo do Tio Sam tão bem encarnado por Donald Trump.
Enquanto isso, o presidente Xi Jinping anunciou a dispensa de visto para a visita de brasileiros à China.
Como eloquente gesto de protesto, minha mãe recomendaria ao ministro Alexandre de Moraes fazer uma visita à China e, assim, dar a tapa-com-luva-de-pelica merecida pelo Tio Sam.
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