A ação mundana observada no comportamento de muitos pastores – especialmente nos espertalhões abrigados na Igreja Evangélica (um universo difuso que abriga milhares de denominações aparentemente criadas no âmbito do protestantismo cristão) – contrasta com dignidade esperada em quem se apresenta como um elo entre as pessoas e o próprio Deus.
Com efeito, há uma grande sensação de decepção e descrença quando se observa a desenvoltura, cinismo e desfarçatez como certos pastores (infelizmente, a maioria) usam da mentira e, mesmo, do Santo Nome de Deus para conduzir os rebanhos (que teriam a obrigação de bem orientar) para a seara da baixa política eleitoral e para caminhos contrários ao amor, à harmonia, à concórdia e fazendo das igrejas ambientes de negócios mesquinhos e de réles ganha-pão e, em atitude igualmente grave, apaniguando espertalhões como aqueles que animam as diversas bancadas-da-Bíblia, em comportamento que, de certa forma, a eles os iguala.
Para melhor compreensão desta situação, vale a pena apreciar o modo como vota a tal bancada-da-Bíblia no Congresso Nacional ou analisar o porquê da orientação favorável que deu para a instalação de uma CPI de caça ao Santo Júlio Lancellotti, cujo comportamento não seria diferente daquele que teria o próprio Jesus Cristo se estivesse no seu lugar.
Analistas experimentados afirmam que uma das principais razões de a atividade religiosa atrair tantos espertalhões é a isenção tributária gozada pela igrejas. Será?
É provável, mas, para não ferir o princípio da presunção-de-inocência, talvez este tema devesse ser estudado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Parece claro que, como descobriria muitos podres e prejudicaria muitos interesses terrenos, dificilmente uma CPI desta natureza seria instalada.
De qualquer forma, fica o registro de que, além de criminoso e pecaminoso, usar o Santo Nome de Deus para explorar a boa fé e a inocência das pessoas em proveito próprio ou de terceiros é uma tremenda filhaputice.
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