Em 18/03/2024, a Comissão Eleitoral Central da Rússia (CEC) divulgou que, nas eleições ocorridas na véspera, o presidente Vladimir Putin renovara o mandato com 87,3% dos votos e continuaria no posto mais importante do Kremlin até 2030.
Foi um ‘Deus nos acuda’ – lideradas pela Casa Branca, vozes dos principais veículos da mídia ‘ocidental’ se ergueram para falar mal da Democracia russa e questionar a legitimidade do novo mandato de Vladimir Putin.
A hostilidade contra a Rússia contrasta com a permissividade dedicada à Ucrânia.
De fato, ainda em 06/11/2023, bem antes portanto das eleições na Rússia, afogado até o pescoço por compromissos a ele impostos pela Casa Branca e pouco importando com a legitimidade do seu próprio mandato (previsto para terminar já em 20/05/2024), Volodymyr Zelensky divulgou que, por conta da lei marcial em vigor desde novembro de 2023, não realizaria eleições e, simplesmente, cancelou o pleito originalmente marcado para o dia 31/03/2023.
Conforme determinou Washington, o ‘ocidente’ ficou calado, mas, na Ucrânia, surgiram grupos exigindo a realização de eleições, em movimento sufocado completamente no final de fevereiro, quando, ameaçando com a mão de ferro concedida pela Lei Marcial, Zelenski afirmou que “qualquer questionamento sobre sua legitimidade como presidente seria considerado uma narrativa hostil”.
E, assim, com o mandato encerrado, sem perspectiva de novas eleições e sem qualquer protesto dos ‘democratas’ ocidentais, Volodymyr Zelensky segue como chefe do Executivo da Ucrânia, agindo como fantoche dos Estados Unidos.
Vale lembrar que, ao tomar posse em 20/05/2019, seguindo a orientação do seu padrinho político Igor Kolomoisky – oligarca envolvido em crimes financeiros e conhecido por financiar e apoiar batalhões neonazistas e ultranacionalistas ucranianos, incluindo o famoso Batalhão Azov (organização terrorista proibida na Rússia), dono do canal de televisão que patrocinava o programa de comédia de Zelensky – Volodimir Zelensky dissolveu o Parlamento (Verkhovna Rada) e convocou eleições legislativas antecipadas, assumindo o poder absoluto da Ucrânia e passando, desde então, a cumprir todas as determinações da OTAN e dos Estados Unidos.
Com Volodimir Zelensky firme no cargo e mantendo o comportamento submisso acertado por Igor Kolomoisky com a Casa Branca, os Estados Unidos vêm agindo como se a Ucrânia fosse um posto avançado seu (como o Alaska, o Hawai, a Coreia do Sul, Israel ou Taiwan), utilizando-a como um mero instrumento.
De sua parte, experiente enxadrista da geopolítica, Vladimir Putin mantém os objetivos originais da Rússia e, já com barcos de guerra em Havana, a cerca de 120km da costa sul dos Estados Unidos, apresentou as novas propostas para resolver o conflito na Ucrânia – reconhecimento como russas da Crimeia, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhie e, ainda, a consolidação do status da Ucrânia como país não-alinhado e livre de armas nucleares, além da sua desmilitarização e desnazificação e, claro, o cancelamento das sanções impostas pelo ‘ocidente’ à Rússia.
Os Estados Unidos ainda não responderam.
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