A cada quatro anos, decidindo uma disputa – eventualmente travada com armas não-regulares, algumas desonestas, tanto mais desonestas quanto mais desonestos forem os contendores – a população escolhe as lideranças formais que se encarregarão de conduzir o País pelo próximo período (o mesmo ocorre nos Estados e nos municípios).
Após o pleito, nos termos da Democracia vigente, o País deveria saber ‘quem vai mandar’ pelos próximos anos. Infelizmente, não é bem assim.
Na realidade, embora os legalistas e puritanos entendam que a maior fatia do poder será exercida pelo vencedor da eleição, esta é uma questão controversa, pois, além de o poder do mandatário não ser absoluto (nos Estados de direito, este poder está regulado pela Constituição), fatores não-republicanos, ilegais, imorais e ilegítimos tentam perturbar a ordem normal das coisas.
Esta ‘perturbação’, diga-se de passagem, é mais frequente quando o candidato derrotado pertence aos quadros da Direita. Lembre dos mau-exemplos dados por Aécio Neves (em 2014) e por Jair Bolsonaro (em 2022), que quando foram derrotados nas eleições fizeram de tudo para virar a mesa, negando a tranquilidade necessária ao governo do vencedor.
A insurreição anti-democrática dos derrotados não esgota a fonte da qual jorram os problemas.
Aliás, habituados a dar as cartas em quaisquer governos, embora tenham as suas preferências eleitorais (e costumem materializar este sentimento através de apoio material), independentemente dos resultados, alguns seguimentos (notadamente, a grande mídia e o poder econômico) são useiros e vezeiros em mostrar as unhas naquilo passou a ser referido como ‘terceiro turno’ – um período iniciado com a proclamação do resultado das eleições, que não tem dia para acabar -, durante o qual o poderosos procuram influir na composição das equipes de governo e na orientação dos planos e projetos.
Quando enfrentam dificuldade neste ‘terceiro turno’, estes seguimentos lançam mão de instrumentos de pressão para alcançar seus objetivos.
Entre estes seguimentos poderosos estão a grande mídia (grandes jornais e grandes emissoras de rádio e tv) e o ‘mercado (também referido como a FariaLima) e é neste sentido que devem ser compreendidas ações como o recente ataque especulativo contra o Real e a enxurrada de notícias que visam modular a opinião pública contra o governo Lula.
Seria muito bom se a oposição, a mídia e o pessoal do dinheiro soubessem que ‘quem manda no País’ é o vencedor das eleições..,
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