Apesar do jeito-Bolsonaro-de-ser e do desastre econômico e, sobretudo, social do governo Bolsonaro, muita gente manifesta simpatia pelo presidente Jair Bolsonaro (um sentimento que ganhou algum reforço com o anúncio das recentes medidas constantes da PEC da Compra de Votos).
Para alguns analistas, o percentual dos simpatizantes de Bolsonaro revela o grau de insensibilidade desta parte da sociedade brasileira. Para outros, este percentual revela o exato tamanho do fascismo no Brasil.
Embora respeite bastante a envergadura intelectual daqueles analistas, tenho outro entendimento da questão.
Naturalmente, entre os simpatizantes de Jair Bolsonaro, estão os insensíveis (aqueles que não têm olhos para as coisas mostradas pelas ruas, para ver o sofrimento alheio, enfim aqueles que têm olhos apenas para o próprio umbigo) e, obviamente, os fascistas.
Mas, estes (os insensíveis e os fascistas) formam contingentes diminutos.
A grande maioria daqueles que aparecem como ‘simpatizantes’ de Bolsonaro é formada por inocentes úteis – cujo comportamento político é ditado por terceiros (o pastor, a estação de rádio-TV ou outro manipulador qualquer) e que pode mudar de opinião a qualquer instante – e [formada] por um tipo especial de lumpesinato – pessoas tão preocupadas com a sobrevivência que não conseguem compreender e equacionar os próprios tormentos, se deixando levar por qualquer um que resolva seus problemas imediatos (que, como no Caso Bolsonaro, são a origem do problema).
Dificilmente os insensíveis e fascistas mudam de opinião, mas não se pode dizer o mesmo dos inocentes úteis e do lumpesinato, cuja opinião favorável ao Capetão Bolsonaro não se deve a admiração pessoal e, sim a elementos circunstanciais.
Ao final deste período tenebroso, os fascistas continuarão fascistas e os insensíveis continuarão insensíveis, mas os inocentes úteis e os lumpens poderão ter mudado seus ícones.
De qualquer forma, pode-se afirmar que o número de bolsominions tende a diminuir com a elevação do nível de informação e formação cultural da sociedade.
Que Bolsonaro continue com os fascistas e com os insensíveis irrecuperáveis no cantinho imundo que lhes cabe no espectro social do País.