Durante quatro anos, apesar da intensa parceria comercial Brasil-China, Jair Bolsonaro insultou o governo de Pequim sem obter qualquer reação significativa.
Aqueles que entendem a modo chinês de pensar atribuíram o comportamento de Pequim ao pragmatismo oriental e afirmam (a conferir) que o troco a Bolsonaro será dado através de algum tratamento privilegiado ao governo Lula.
Situação parecida ocorre entre Washington e Pequim.
De fato, com o nítido objetivo de acirrar os ânimos e, talvez, impulsionar ainda mais os negócios da indústria armamentista norte-americana a Casa Branca não perde qualquer chance de fustigar a China (lembre o noticiário recente sobre o apoio dos EUA à Taiwan e o acordo firmado com o Reino Unido para auxiliar a Austrália na construção de um submarino atômico).
Até agora, a reação da China vem sendo muito discreta.
Hoje, no entanto, o presidente Xi Jinping inicia uma visita à Moscou, onde se reunirá com o presidente Wladimir Putin para discutir uma ‘cooperação estratégica’ da China com a Rússia.
Se houver resultado objetivo deste entendimento, haverá alguma mudança na guerra no Leste Europeu, onde, tendo a Ucrânia como teatro de operações, a Rússia se confronta militarmente com os Estados Unidos e seus aliados europeus.
De qualquer forma, sem atinar para o partido e para a nacionalidade de vencedores e perdedores desta jogatina insana, está claro que o mundo e as pessoas viveriam melhor se todos se respeitassem e evitassem agressões desnecessárias.